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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Olhar 43



Eu olho para você como quem olha para uma flor rara, que floresce apenas uma vez ao longo de sua existência.

Cada minuto, cada segundo, todos os dias, eu olho para você, Ísis, e você sempre me surpreende com facetas diferentes.

Mas eu acho que o que eu mais gosto de olhar em você sou eu. Eu me vejo em você, não apenas porque você herdou alguns traços meus - ainda que a maioria das pessoas diga que você é a cara do seu pai - mas porque eu tento rever a minha infância, o tempo em que eu também era um bebê. Acho que é isso que chamam de se eternizar nos filhos. Você vai crescendo e uma parte de mim vai crescendo com você.


Eu me vejo em você e fazendo isso é como se eu quisesse refazer os meus próprios passos, não para que você siga os caminhos que eu não trilhei, porque a sua mamãe, Ísis, é uma pessoa muito feliz e realizada com as escolhas que fez na vida, mas é como vivê-los novamente, só que ainda mais bonito, mais mágico e mais especial, e isso porque não sou eu, mas sim você.

Quando nós ficamos juntinhas, a gente se olha. Você não desvia o olhar quando eu te olho. Você me olha de volta, com um ar curioso e normalmente com um sorriso maroto, como timidez, por saber que está sendo observada. Os olhos são sim, filha, o espelho da alma e a sua alma é linda para mim.

Esses momentos me renovam, me tranformam e me fazem querer ser alguém melhor. Não melhor para mundo, mas melhor para você.

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