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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Uruguai com crianças - Parque da Fortaleza de Santa Teresa/Rocha/UY

Uma das coisas boas de se morar na fronteira é a possibilidade de conhecer duas realidades em dois países vizinhos. Uma parte da fronteira do RS acontece com o Uruguai, país este que nunca esteve na minha lista de preferidos para se conhecer, mas que a cada lugar novo percorrido me encanta, principalmente por eu considerar este país, ao menos a parte litorânea, super favorável para se visitar com crianças, apesar da pouca infraestrutura da maioria dos lugares.

Um dos meus lugares preferidos atualmente é o Parque da Fortaleza de Santa Teresa, que fica a aproximadamente 36km da fronteira com o Brasil pela Ruta 9. Este parque possui cerca de 3.000 hectares e foi projeto do historiador Horácio Arredondo, que optou pelo reflorestamento do local e restauração dos prédios históricos a partir de 1923.

Além de possuir área para camping, parrilleros públicos, orquidário, roseiral, estufas, mini zoológico, pracinha para crianças, lago; o parque ainda possui belas praias (cinco no total) em seu território, com águas transparentes e areia branca. E pasmem: tudo gratuito! E limpo! E organizado! Um luxo só!


Playa del Barco - água transparentes, areia branca e fina e mar mais tranquilo, ideal para quem vai com crianças.

 Playa Las Achiras - possui um cerro à esquerda com mirante e um riacho, que deságua no mar


 O Parque é extenso e possui vias asfaltadas e arborizadas: ideiais para passeios de carro ou bicicleta

O Lago: ótimo para as crianças, com peixes, tartarugas, capivaras, patos e cisnes

Minimini zoológico: tem poucos animais e os mais comuns, mas não faz diferença porque a maioria das crianças se encanta com os macacos e os coelhos (culelo lá em casa) 

Invernáculo: jardim de inverno magnífico e que possui espécies exóticas dos cinco continentes. Eu me senti numa sala de aula de herbologia do Castelo Hoggwarts e a Ísis amou as pantas

Invernáculo

 Teto do Invernáculo

Capela do Parque: antiga estalagem e hoje um museu

Já fomos três vezes até o parque e ainda não conseguimos conhecer tudo devido à extensão e beleza de cada paisagem, que nos faz ir ficando, ficando... Se alguém planeja viagem até Punta del Este e gosta de parques indico este: passeio belíssimo e divertido para a família toda!

Dicas:
- o parque é gratuito e controlado pelo exército, mas em dias de movimento é possível que os militares solicitem algum documento na entrada, que só será devolvido na saída, entregue o documento de identidade e confie, pois eles entregam no final;
- se tiverem tempo e disposição levem comes e bebes para um churrasco nos parrilleros públicos, lembram muito aqueles parques americanos e todos estão sob árvores gigantescas, que garantem sombra para uma boa refeição em família;
- não esqueça protetor solar e repelente contra insetos, pois apesar de a temperatura do Uruguai ser amena para os padrões brasileiros e sempre ter um ventinho soprando, o sol queima muito!
- o vento é característico da maioria das praias uruguaias, então não esqueça de levar uma roupa mais quentinha, ou uma toalha/manta de algodão para cobrir as crianças caso as mesmas sintam frio e quando o vento é sul (minuano) melhor nem ir à praia;
- o parque é gratuito para visitação, mas não o é para camping; se você for acampar melhor se informar sobre o valor da diária;
- não se assuste com os banheiros: todos os banheiros no parque são do tipo "patente", onde ao invés de ter vaso sanitário, tem uma espécie de "buraco sanitário", azulejado e tudo, com apoio para os pés e descargas, mas no chão, do tipo que você de agacha para fazer os números 1 e 2. Apesar de achar estranho no início, hoje acho até legal para banheiros públicos, pois evita os famosos respingos do banheiro feminino...E os banheiros são limpíssimos e mantidos pelo exército, assim que você sai já entra uma pessoa para dar aquela conferida se está tudo limpo.
- não há trocadores de fralda nos banheiros, mas ninguém se assusta de vê-lo trocando fralda num banco, na areia da praia ou no carro, mas leve um saquinho para armazenar a fralda suja e colocá-la no primeiro banheiro que encontrar.
- aliás os uruguaios da região têm muitos filhos e em escadinha, então em todo lugar tem crianças correndo, pulando, brincando; não se estresse com os filhos alheios que os alheios não se estressarão com os seus!

Ainda faltam 3 praias do parque para conhecermos, além do roseiral, orquidário e sombráculo e muitos caminhos arborizados, assim que conhecermos mais atualizarei aqui!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Os diferentes momentos do querer

Um tempo atrás eu li este texto da Adriana Guimarães no blog da Pérola e fiquei cativada pela maneira como ela descreve uma experiência que eu, antes radicalmente contra, obviamente antes de ser mãe, hoje admiro e apóio quem consegue, ainda que tenha plena consciência de que esta prática não se encaixaria no meu dia a dia como rotina.

É verdade que desde que a Ísis nasceu eu e o papi já compartilhamos nossa pequena cama com a pequena infante (você mesma, Ísis!) inúmeras vezes e  a cada noite dessas eu acordava (e ainda acordo) com o firme propósito de não repetir a experiência.

Não é que eu não gostasse de dormir com minha filha, eu adorava sentir o cheirinho dela, o calor do corpinho rechonchudo, ouvir a respiração e tudo o mais; MAS eu adorava tudo isso nos momentos em que ela ficava parada! Quando ela passava a se mexer feito ponteiro de relógio, sobravam sopapos e pontapés para mim e para o papi, o que resultou em várias noites mal dormidas para nós dois, cansaço elevado no dia seguinte e tudo o mais.

É verdade que eu nunca havia pensado em fazer como a Adriana: colchão no chão! Mas também é verdade que meu apertamento é PP e mal cabe a minha cama de casal normalésima, nada king. Assim como também é verdade verdadeira que seu eu quisesse MESMO a tal cama compartilhada eu daria um jeito. É assim para tudo na vida, não é mesmo?

Mas aqui cabe um recadinho para minha irmã do meio, que foi mãe/mamífera antes de mim (a tia Ari, Ísis) e foi quem começou a me mostrar o quanto mudamos quando nos tornamos mães: lembra de tudo que você me ouviu dizer sobre deixar mal acostumado o meu sobrinho lindo porque ele dormia/dorme na sua cama? ESQUECE! Pena que já tenham se passado quase cinco (!) anos, né mana?

Passada a introdução, que na verdade nada tem a ver com o que eu vou escrever daqui para frente (o que deixa de ser introdução como rege o manual de redação da língua portuguesa), o que me chamou a atenção para este texto da Adriana foi a dualidade de vontades que ela descreve: adorar compartilhar a cama com os filhos x querer a cama de volta apenas para ela e o marido.

Acho que vivemos essas dualidades durante a maternagem desde que nos descobrimos grávidas. Aliada à emoção do teste positivo, vem a insegurança e o medo do novo (ser) que está por vir. São dois sentimentos antagonistas e complementares, como todos, ou quase todos, os outros sentimentos que teremos dali para frente.

Eu costumava me achar bem resolvida antes da minha primeira filha (digo primeira porque sei que há ainda mais um ou dois filhos me esperando em algum lugar, mas não estou grávida) nascer. Decidia algo e realizava, simples e aritmética como uma boa planilha de excel consegue (?) ser.

Depois da maternidade eu vivo em conflito, como no começo do aleitamento, quando eu não podia me ausentar de casa por mais de 2 horas, passando a me sentir enjaulada, solitária; mas em contrapartida não podia ouvir falar em dar mamadeira para a Ísis que virava onça e saía de dedo em riste do marido primeiro que me sugeria tal coisa! Ou, ainda sobre aleitamento, quando ia dormir implorando para que a pequena dormisse a noite toda porque estava cansada, acabada mesmo de tanto levantar nas madrugadas para dar de mamar de 2h em 2h, mas ao mesmo tempo sempre sorria quando minha filha mamava com vontade, de fazer barulhinho de gut-gut e me pegava pensando que seria muito bom se eu conseguisse manter a amamentação até meus peitos baterem no pé.

Da série conflitos ainda posso falar do trabalho x dedicação exclusiva! Na época da licença maternidade me pegava pensando que seria bom voltar a trabalhar, colocar a cria na escolinha, ter mais tempo para mim, falar de outras coisas que não filhopumcocoxiximamadagolfadapapinha durante todo o dia; mas, OH!, eis que crio um blog para falar justamente disso nos meus intervalos do trabalho e ainda me pego cogitando seriamente em pegar licença não remunerada por anos a fim de grudar na filhota durante todo o dia!

A dualidade escolinha X babá também rondou, ronda e rondará a minha mente durante o período antes da escola pré-primária. Desejo de que ela se socialize, que me dê um tempo, que aprenda a falar gato em inglês só para eu dizer "ai que lindo!", ainda que ela fique mais doente, que fique fora de seu habitat, que tenha que qguentar 10 professoras em trocas de turno e colegas mil birrentos e de nariz escorrendo como ela; em contrapartida ao medo de que ela fique com uma louca sádica, ou uma gente boníssima que fala errado e vai ensiná-la a dançar Rebolation e falar mortandela, mas que vai pegar no colo, colocar para dormir na sua caminha, dar a comidinha fresca que eu compro toda semana...

Terminando, copio e colo o final do meu comentário lá no Mamãe Antenada (porque apesar de eu ser totalmente contra chupinzar/copiar/repetir/falta de criatividade, também sou super a favor do reaproveitamento/citação/enaltecimento/reescrita com melhor abordagem:

"Essa história de "tem dias que quero isso" e "tem dias que quero exatamente o contrário" acho que faz parte da maternidade, porque ao mesmo tempo em que sentimos saudades do nosso EU, da nossa vida mais privada, também sabemos que essa fase em que somos os eternos companheiros e heróis de nossos filhos passa rápido, e então desejamos fervorosamente que dure, dure, dure!

 
Inspiração: http://mamaeantenada.blogspot.com/2011/01/cama-compartilhada-um-olhar-uma.html

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Dedinhos arteiros

Faz tempo que você se encantou com a arte de desenhar. Tão logo eu percebi o fato (na verdade não sei se você foi apresentada aos lápis e caderno de cartografia por mim ou se foi você quem me reapresentou aos dois) comprei um caderno de desenhos e uma caixa de giz de cera (bem grosso, essa é a dica para que eles não se quebrem a cada riscada) dando início a uma das suas brincadeiras preferidas: diinhá.

No começo você se ateve aos desenhos nos papéis; e como eu brincava com você pude te ensinar várias formas e objetos através dos desenhos.

Uma das coisas mais maravilhosas de se ter filho é poder ensinar algo, e comigo você aprendeu as formas (bola, quadrado, triângulo, estrela), animais (caracol, cachorro, gato, pato), plantas (folhas, flores), nuvem (núvi), sol, passarinhos, mar, óculos (lóclo), menina, menino.

Com o caracol acontece uma coisa engraçada: para você o bicho caracol (cacol) é apenas a parte enrolada do desenho, o restante você chama de au-au ou cacholo :)

Mas, como toda criança sedenta por novidades, você logo descobriu uma outra tela onde desenhar suas artes: os vidros da porta janela da sacada! Inclusive passou a guardar seus giz de cera lá:

Um novo porta lápis!


Dedinhos em ação! (como diria minha amiga Mammy)


Resultado: vidros artísticamente decorados!

É ou não é uma artista em termos de traquinagem? (:

Obs: Não se preocupem mamães e papais, os desenhos em giz no vidro saem com água e sabão, com uma esponja ou pano. Inclusive aqueles riscos que saem para as bordas das paredes, basta lavar (se a tinta da sua parede for lavável, caso não seja  - como a minha - melhor evitar!).

DICA: A Ana, do blog Balde, Areia e Balanço me falou de umas canetinhas próprias para desenhar nas janelas. Eu não achei aqui no sul do sul, não, mas em cidades maiores com certeza se encontram essas novidades mais facilmente! Ah, no site da Kalunga tem!








quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A bonança depois da tempestade

A paz tem reinado há quase uma semana. Depois dos últimos acontecimentos birrentísticos eu e o papi tivemos uma daquelas famosas conversas sobre como queremos educar os filhos, onde cada um fala das suas idéias e geralmente se entra num consenso, caso contrário se faz aquilo que a mãe quer (há!).

Mudamos algumas coisas no nosso dia a dia para evitar maiores estremecimentos e chegamos à conclusão que, aliada à personalidade birrenta que passa a habitar o corpinho outrora babyfofuragugudadá da mami, está a nossa (minha e do pai) ausência em casa por um período de 9 horas diárias (pois ambos trabalhamos nos mesmos horários e no mesmo local, inclusive).

Seguem algumas resoluções que estão nos ajudando a manter em prática nosso tratado de paz:

Mudança na rotina do almoço:

Adiantamos o almoço da pequena para 11:30h. Eu tive que abrir mão dessa atividade e deixar que a babá a alimentasse (não bastasse deixar de amamentar, agora ela come sem mim, ó vida, e a adolescência nem chegou ainda!), pois percebemos que quando chegamos em casa para almoçar ela fica tão eufórica com nossa presença que não quer comer trocandoqualquer prato de comida por um colo, uma brincadeira, um pouco de livrinho, pula-pula na cama da mamãe, enfim...ela quer nos (eu e o papi) aproveitar no pouco tempo que ficamos em casa ao meio dia. Situação compreendida, almoço da pequena mais cedo.

Com isso, mudamos a nossa (minha e do papi) rotina de almoço. O papi almoça primeiro enquanto eu queimo uma energia da Ísis, afofo bem, beijo, abraço. Depois o papi me substitui e eu vou almoçar tranquila. Essa tática deu super certo e até meu horário de almoço ficou mais calmo, e ainda sobra mais um tempinho para cafungar a Ísis antes de voltar ao trabalho.

Aviso de que está saindo para trabalhar:

Essa era uma parte que me deixava cheia de dúvidas: avisar ou não que se está saindo para trabalhar?

Quando voltei ao trabalho depois da licença, a Ísis ficava numa escolinha tempo integral, então eu entregava ela a uma cuidadora, ela dava uma choramingada básica (ou não) e eu saía para o trabalho; mas na nova cidade não quis colocá-la na escolinha optando pela babá.

No começo, optei por não avisar quando saía para trabalhar, mas com o tempo percebi que ela ficava muito insegura quando me ausentava do cômodo e imaginei que o fato de eu e o pai "sumirmos" sem nenhum aviso a deixava estressada, mesmo nos finais de semana. Houve dias em que ir ao banheiro ou sair da sala para a cozinha para tomar água, já provocava o choro dela.

Agora avisamos que estamos indo trabalhar, que ela ficará com a babá e que voltamos logo. Ela sempre chora, diz não trabaiá, gruda em mim com todas as suas forças, mas eu a deixo explicando que logo, logo, voltamos. Fico do lado de fora esperando ela se acalmar (e é bem rápido, ainda bem).

E quando estamos em casa e eu vou sair de perto, sempre aviso onde vou. Melhorou o choro, mas ela ainda fica atrás de mim feito sombra.

Aliás, essa história de que menina é puxa saco do pai lá em casa ainda não funcionou, não. Se o pai vai sair ela dá até tchau e manda beijo, seguido de um 'té aminhã'. Agora se sou eu...

Distração, menos não, mais paciência: o trio necessário para não enlouquecer

E quando tudo dá errado e a gente percebe uma crise birrenta se aproximando, a distração tem sido o método mais eficaz, sempre! Mas a distração tem que ser boa, não vale querer trocar tomar banho na pia da cozinha com sentar no sofá e assistir DVD...Mas vale trocar banho na pia da cozinha por lavar a mão na pia do banheiro (entenderam a lógica? Água sim, banho sim, mas tudo em menor proporção).

Quando escrevi o post anterior minha mãe leu e me deu a dica nos comentários de falar menos não, o que veio de encontro ao que eu já pensava e ao que, inclusive, já tinha lido em outros blogs de mamães que já passaram por esta fase. Antes de dizer não é importante pensar se realmente esse não é necessário, ou se ele pode ser trocado por alguma distração antes de ser dito.

Por exemplo: dia desses a Ísis queria lavar a caneca dela na pia da cozinha. Eu mulher-mãe-trabalhadora estava exausta e nada a fim de levantar 13kg de encontro à torneira com possíveis respingos de água para todos os lados pelos próximos 15 minutos. Eu poderia ter dito "não, Ísis, agora não é hora de lavar a caneca" ou "não, a caneca já está limpa" ou "não, você não vai lavar a caneca e pronto". Mas, consegui me controlar, respirar e dizer animadamente "vamos jogar futebol com a mamãe lá no quarto?" Ela me olhou com aquela cara de "hã? que mãe doida, o que tem a ver lavar a caneca com jogar futebol? mas tá aí, parece legal também, vamos mami!".

Lógico, nem sempre funciona, tem dias que as crianças também estão mais impacientes, menos criativas, mais carentes, menos receptivas e aí surge a necessidade de se ter paciência para evitar uma birra/briga desnecessária.

Isso é amor ou não é? :)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Melhor não pedir...vai que um anjo passa e diz amém?



Desde a semana passada você rearranjou seu relógio biológico e passou a acordar britanicamente às 06:45 da manhã (ao invés das 08:30h de outrora) e dormir às 11:45h, logo após o almoço, ou nem isso. O resultado foi que passamos a não nos ver na hora do almoço, ou melhor, você não via a mim ou ao seu pai, apenas nós conseguíamos dar aquela cafungadinha básica.

O bom disso tudo foram alguns almoços super tranquilos, com mastigadas vagarosas, conversa e direito à fruta de sobremesa. Coisa rara por aqui faz 1 ano e 9 meses. Já o ruim foi aquela saudadezinha das nossas brincadeiras da hora do almoço, porque eu também sinto saudades suas, filha; esse definitivamente não é um privilégio seu.

Ontem a noite eu rezei e pedi que você dormisse até mais tarde na manhã de hoje, para que você estivesse acordada na hora do almoço.

Fui atendida! Você acordou às 08:00h e quando chegamos você estava acordada pronta para almoçar. E foi aí que começou um baita pesadelo chamado BIRRA.

Foi assim: você me viu chegar com um pote plástico na mão. Esse pote era do lanche que eu havia levado ontem para o trabalho, mas havia esquecido de levar de volta para casa. No mesmo instante em que visualizou o pote começou a gritar "o bolho, o bolho, boooolhoooo". Assim, como se matasse e morresse por um pedaço de bolo.

Demos tchau para a babá com você ainda gritando pelo bolo. Fomos à cozinha, explicamos que agora era hora do papá: arroz, feijão, carninha, cenoura assada. Por segundos você pareceu aceitar a troca. Doce ilusão! Muitos gritos e choro sentido daquele de soluçar, suspirar, ficar sem ar, resolvo te dar um pedaço de bolo para você sair da crise de choro. Você comeu, às lágrimas e suspiros, dois pedaços e pediu "caininha". Eu dei e ilusoriamente pensei que a tática de dar um pedaço de bolo tinha dado certo, que agora teríamos como continuar com o almoço...mas...não foi assim. Você quis ir para cama, depois pediu a manta (que já estava ali), o bico (que já estava ali), a cama, a caminha, o "cóninho" (você já estava no meu colo) e assim foi durante todo o almoço, um chororô sem fim! E eu, seu pai e L. tentando almoçar.

Depois que engoli o almoço mais rápido do que costumo comer, fomos para o quarto, para a cama brincar um pouco, mas aí o estrago já estava feito e você chorava por tudo. Piorou muito na hora em que tive que te avisar que íamos (eu e seu pai) trabalhar.

PAUSA
Aqui aconteceu uma coisa surreal: quanto eu disse que íamos trabalhar, você correu até a porta, tirou a chave de lá  e pegou a chave do carro que estava sobre a cadeira, dizendo "não trabaiá".
Fiquei de C-A-R-A!
DESPAUSA

Sinal dos tempos...você começa a gostar e desgostar das coisas e começa também a enfrentar as primeiras frustrações. E nós, eu e seu pai, começamos uma fase crucial na sua educação, onde teremos muito o que acertar para agir harmonicamente diante de situações como essa.

Comecei a ler os blogs de mamães que já passaram (ou ainda passam) por essa fase difícil na busca de experiências alheias para facilitar nosso caminho. Vamos a elas?

- Com a Tais e o Caio eu aprendi que na hora da birra, DISTRAIR com outra coisa é preciso!

- Com a Flavia e o João Astronauta eu relembrei que "birra" NÃO É MANIPULAÇÃO, é apenas uma resposta automática às necessidades, aos desejos frustrados. Esse texto dá uma explicação mais científica. Aprendi que ANTES DE DIZER NÃO, é melhor PENSAR bem se realmente o não naquele momento é necessário (será que se eu tivesse dado logo o bolo, ao invés de negar e ceder depois, você não teria ficado calma e almoçado, ainda que menos, mais tranquila?). No capítulo 2, que a Flavia escreve, tem um texto traduzido por ela, que muito me fez repensar esta tarde. É provável que a birra tenha acontecido por uma frustração totalmente diversa do desejo pelo bolo, talvez fosse a falta que você sente de nós quando estamos trabalhando, talvez fosse um sono que se avizinhava...o melhor é parar e amar, respeitar o momento, sem palavras (que pioram tudo nessas horas), com carinho. "Ama-me quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso." Como a Flavia sabiamente transcreveu.

- Com a Letícia e a Laura eu aprendi que depois de 2 MINUTOS a criança DEIXA DE ENTENDER o motivo do choro e daí a coisa fica feia mesmo! Melhor é distrair enquanto há tempo! E claro, o mantra de sempre: paciência, porque vai passar!


Ana, Sarah, Giovana ainda há esperança para nós!

Vou pesquisar mais e ver se amenizamos os estragos dessa fase.
Eu te amo, filha, mesmo nos piores momentos!

E mamães e papais de plantão! Socorram-me! Quem tiver dicas, aceita-se todas! Agradecida!

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