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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Aprender algo por amor a alguém

Subindo

Um dia desses, um dia comum, como outro qualquer, você vem em minha direção e me abraça. Eu retribuo. Depois, você olha bem nos meus olhos, como faz sempre, e me diz assim:

- Mamãe eu sou a sua...MUDANÇA.

Dito assim mesmo, com essa pausa antes da palavra final.

Eu não sei o motivo pelo qual você disse isso, eu não posso afirmar que você, de fato, soubesse o sentido literal dessa frase. Eu desconheço se você algum dia já me ouviu dizendo o quanto eu mudei depois que você apareceu na minha vida.

Mas você disse. Essa frase. E essas palavras fazem todo o sentido para mim. E isso dito assim, por você, olhando nos meus olhos, fez com que meu coração ficasse apertadinho, doendo mesmo, porque o amor explodiu dentro dele. Ficou apertado ali.

Certo dia eu li que a gente só aprende algo por amor a alguém. Não posso afirmar com certeza que essa frase seja aplicável em todas as situações, mas posso dizer para você que o amor é capaz de muitas coisas. E eu te afirmo, filha, que não há amor mais genuíno do que o que eu sinto por você.

Porque nós podemos amar muitas pessoas, e amamos ao longo da vida. Amamos nossos familiares, aqueles que nos precederam; amamos nossos amigos, aqueles que trouxemos para nosso convívio pela similaridade de energia e de objetivos de vida; amamos os companheiros que escolhemos para estarem ao nosso lado e a partir deles construímos um núcleo familiar nosso. Que amamos. E que amamos mais ainda quando chegam os filhos.

Eu nunca conseguirei colocar em palavras o meu sentimento por você. Você que é minha primogênita, que me acompanha e me antagoniza todos os dias, você que me fez adulta. Finalmente adulta. 

Não há espaço para infantilizações quando temos nossos próprios filhos. É chegado o momento de crescer. E crescer é mudar. Permanecer estanque em nossos conceitos juvenis, em nossas atitudes desarrazoadas, em nossa irresponsabilidade não nos é mais permitido. E nem deve ser desejado assim permanecer.

Desde que você surgiu em mim e eu fui me acostumando com o formado redondo da minha barriga que a vida parece que me mostra sempre que tudo é redondo. O ventre que gesta, o seio que alimenta, o colo que acalenta.

A vida é circular. Todos os nossos pensamentos e ações retornam para nós mesmos. É possível ficar maravilhado com esse laço mágico que são os acontecimentos de cada dia, os pensamentos que se transformam em palavras - ditas ou caladas - e essas palavras em frutificam em ações.

E é preciso estar atento, estar presente, estar preparado; porque eu não quero repetir os passos de quem me precedeu. Eu quero fazer o meu próprio caminho. Sempre quis.

E no meio do meu caminho havia você. E por você eu quis mudar. Eu quero e preciso ser coerente. Não posso repetir discursos. E é incrível como a vida volta sempre ao mesmo ponto: o do auto conhecimento. Não há mudança sem o verdadeiro reconhecimento de si mesmo.

Reconhecer-se a si mesmo não é trabalho fácil, muitas vezes nos enganamos e mentimos a nós mesmos, enxergamos com olhar cego as verdades que estão a nossa frente. Para enxergar a realidade muitas vezes precisamos de um artifício. No meu caso, eu ganhei um espelho no dia em que você nasceu.

Eu olho minha imagem refletida todos os dias e nesse novo olhar que eu dou a mim mesma eu vou crescendo sempre mais. Porque eu acredito que a existência só tem sentido se for vivida para adquirir conhecimento e através dele evoluir. Transformar o mundo.

Quando você me disse aquela frase, naquele dia comum, meu coração apertou de tanto amor. Somente a clareza de uma mente ainda livre é capaz de captar sentimentos e colocá-los de maneira tão simples e verdadeira numa frase solta assim, sem maiores arroubos linguísticos.

Você é sim minha mudança, filha querida.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Os primeiros passos do resto da sua vida!



Domingo prometia ser um dia especial. Amanheceu com aquela neblina baixa e olhando pelas nossas janelas dava para ver as copas das árvores entre o nevoeiro. O programa de domingo seria praia. Não qualquer praia, uma praia especial, uma praia onde eu e o marido queríamos voltar há muito tempo e onde estivemos pela primeira vez quando nem pensávamos em ser pais de duas crianças.

O projeto era audacioso. Levar guarda sol, cadeiras, esteira, térmica com lanchinhos e brinquedos de praia. Ah, claro, e mais duas crianças. Pela trilha.

Há muito tempo que nós dois, enquanto casal, amamos fazer trilhas para descobrir as melhores praias. E não tem segredo: as melhores praias são aquelas de mais difícil acesso. Fazer trilhas com as crianças era algo que sempre falávamos, pensávamos, mas nunca fizemos de fato. Até domingo.

A praia escolhida foi a do Estaleiro em Porto Belo, que é belíssima, possui areias brancas e mar azul turquesa. Um recanto ainda protegido de quiosques, suas mesas de plástico, seus petiscos fritos e seu som alto. E onde farofar é honesto e bem quisto.

A trilha era considerada facílima por nós dois e com os filhotes - Pedro no sling e Ísis andando de mãos dadas comigo - foi considerada de dificuldade média. Em dois momentos marido teve que andar na frente largar as coisas todas e voltar para ajudar a Ísis a descer. Super tranquilo para quem ama praias com trilhas.

Claro que a filhota amou a trilha. Achou tudo muito legal, considerou que descer era mais fácil que subir e já queria andar sozinha, na minha frente, toda pimpona! Pedro foi curtindo seu momento bicho preguiça. Na descida levei ele no sling, no quadril; e na subida levei nas costas.

Mas o dia ainda seria mais especial! Foi nesta praia que o Pedro deu seus primeiros passinhos! E foi lindo de ver sua empolgação ao avançar um passo após o outro, os bracinho levantados no melhor estilo "ola" e a risada gostosa ecoando pela praia. E foi igualmente lindo ver a empolgação da mana com os primeiros passinhos do irmão.

É a vida, minha gente, é a vida acontecendo!





quarta-feira, 10 de abril de 2013

Os melhores 30 minutos

Imagem: google imagens

Ele começa assim: eu olho no relógio do computador, que marca 17:40h, e saio apressada, despedindo-me do guarda na porta com um até amanhã, mesmo sabendo que no amanhã não será ele que estará ali, mas sim seu colega de troca de turno.

Sou a última a deixar a seção, sempre depois do chefe, que sai 15-30 minutos antes. Consegui ajustar meu horário na parte da manhã para ter direito a duas horas de almoço, o que me permite ir para casa, fazer o almoço, almoçar com a família e arrumar a Ísis para a escola. Tudo correndo, claro, mas não abro mão dessa correria. Porém, eu não consigo levá-la na escola, já que tenho que estar de volta às 13:00h. Só consigo buscá-la, pois ela sai às 17:50h.

Na porta da escola, quando entro, ela sempre sorri, faceira. Tem dias que sai correndo para buscar sua mochila e correndo ela chega perto de mim e pula no meu colo. Adoro! Em outros dias, quando tem aula de música e ela está dançando no centro da roda, ela me olha e fica ali, dançando para mim. Linda!

Saímos calmamente pelos portões da escola e temos os nossos rituais do caminho. O primeiro, logo na saída, é eu esperá-la na calçada enquanto ela sobe um morrinho de grama e escorrega por ele, como se fosse um escorregador. No início pensei em protestar em nome do uniforme limpo para o dia seguinte, mas, felizmente, consegui fechar a boca a tempo e deixá-la ser criança. O uniforme pode ser lavado e seco durante a noite. E eu gosto de vê-la com o bumbum sujo de lama. Não sei por quê, mas criança suja para mim é sinal de criança feliz, que brinca livre.

Depois, passamos em frente ao Teatro Municipal, que às 18:00h nos brinda com chorinhos gostosos de ouvir. Ela sempre quer parar na fonte das águas e molhar a mão. Até em dia de chuva!

Seguindo pelo caminho tem a padaria. Entramos e eu peço o "pão amarelinho", que ela gosta. Já me disse várias vezes que ela só gosta do pão amarelo (francês) e não gosta do pão marrom (integral), que ela comia aos montes quando era menor. Agora ela tem preferências. Na padaria finjo não perceber seus olhinhos pedintes para os bolos e tortas que despontam do balcão. Terra de alemão, toda padaria parece um café colonial.

Pão comprado, ele deixa de ser um mero pão para se transformar no bebê-pão. Ela? A mamãe pão nova. Eu? A mamãe pão velha! Ai, ai. Todos os filhinhos dela tem duas mamães: ela, a mamãe nova, e eu, a mamãe velha. E não será assim?

Uma quadra antes de chegarmos em casa ela sobe no murinho. Está treinando o equilíbrio. Já caiu algumas vezes, mas ela sempre quer andar sem minha mão e não olha por onde pisa. Porque ela é assim, já nasceu pronta.

Já em cima da ponte sobre o "rio da bola" ela para (do verbo parar) para jogar uma folhinha no rio. Esse hábito já gerou muitas conversas sobre o que é lixo e o que é natureza, o que pode estar no rio (folhinhas, galhinhos) e o que não pode (papel, embalagem, copo).

Virando a esquina ela corre! Já sabe onde fica o prédio e sempre se gaba de ter chegado primeiro! Fica apertando o teclado e diz que sabe a senha de entrada. Subimos a escada de acesso, abrimos outra porta e ela corre para chamar o elevador. Já não para mais na frente dele e grita "elevadoooor". Agora ela é menina da "cidade grande" e aperta os botões corretamente.

Ao entrarmos em casa, ela vai em direção ao tatame, onde estão o pai e o irmão. Do corredor eu consigo escutar as risadas do mano, os beijos e abraços de saudades de quem foi e de quem ficou. Eu tiro meus sapatos, largo minha bolsa e me despeço do meu momento com ela. 

terça-feira, 2 de abril de 2013

Omaranha

Ísis e seu ipê amarelo: os dois tem a mesma idade

O aniversário de 4 anos da Ísis se aproxima. Hoje foi dia de festinha de aniversário de um colega da escola. Ao saber que haveria comemoração ela me diz:

- Mamãe eu quero o meu aniversário de omaranha, tá bem?
- Omaranha? eu indago, depois eu acho que já sei do que ela está falando- Ah, você quer aniversário do homem aranha, filha?
- Não, mamãe! ela me responde com enfado - Homem aranha é menino, e eu sou menina, né? Então eu quero aniversário da HOMA aranha!

A vida depois dos filhos nunca mais será sem graça!

Bom início de semana para vocês!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Al!

Imagem: arquivo pessoal e antigo!

Al!

Estávamos nos preparando para jantar quando a Ísis pediu ao pai que fizesse uma farofa.  Depois de pronta coloco num potinho e entrego a colher e um copo de suco para ela não engasgar. Um nanosegundo depois ela está com o rosto todo dentro do pote e diz que é passarinho comendo alpiste. Olho a cena e entoo cânticos celestiais na minha mente. Creio que ela percebe todo o meu esforço para não reclamar da cena, sorri aquele sorriso prá lá de peralta só dela e diz:
- Mamãe, olha o Al!
Eu, ainda entoando mentalmente cânticos celestiais, enquanto seguro o irmão no quadril e vou atrás da vassoura para varrer toda a farofa que cai do prato e da boca da PassarÍsis, levo mais que 2 segundos para responder. Ela insiste:
- Olha mamãe, o Al! O Al, mamãe!
- Que (uádafâqui) Al é esse, Ísis???
- O Al, mamãe, o Alpiste!

Como não amar tamanha malandragem?
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