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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Defeitos e qualidades: uma questão de ponto de vista

A professora não se cansa de elogiar a capacidade de comunicação dela. Enaltece sua fala, sua participação, sua iniciativa, sua liderança, sua afetuosidade, sua curiosidade. Afirma que ela se relaciona com todos os colegas, de acordo com sua vontade.

Enquanto a professora falava eu sorria por fora, mas por dentro uma preocupação começou a aparecer. Será apenas uma questão de tempo para que essas hoje qualidades sejam consideradas defeitos?

Se ela hoje é comunicativa amanhã será conversadeira
Se ela hoje é participativa amanhã será arroz de festa
Se ela hoje possui iniciativa amanhã será metida
Se ela hoje é curiosa amanhã será perturbadora da ordem em sala de aula
Se ela hoje se relaciona bem com todos os colegas e realiza as atividades de acordo com sua vontade e aptidão, amanhã será adestrada a permanecer sentada, calada, reprimida porque sua curiosidade não faz parte daquela grade de horário.

Não é de hoje que o tema educação é objeto de minhas leituras, mas quanto mais o tempo passa, mais o ensino tradicional vai perdendo espaço em mim, mais vontade de mudar me dá, mais eu vejo que este sistema de educação não me representa.

3 comentários:

  1. Concordo, Nine.
    O ensino tradicional perdeu uma fã desde que comecei a pensar, com P maiúsculo e não mais obedecer e seguir regras.

    Acho a sua preocupação legítima, mas, se ela tiver apoio em casa e for ensinada desde sempre a ser ela mesma, esses "defeitos" não serão exaltados e, sim, respeitados.

    Beijo grande!

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  2. Puxa, Nine, idem. Educação me interessa muito, mas desde quando eu ainda estava na faculdade percebi que o sistema não me representa. Como diz a Ana Thomaz, tudo foi feito pra homogeneizar, massificar, moldar, calar. Essa coisa que toda escola diz que desenvolve as potencialidades de cada um é a maior balela ever. Escola alguma faz isso. Muito pelo contrário. Ainda não sei quais seriam as alternativas, mas enquanto elas não surgem, Enzo segue aprendendo e se desenvolvendo aqui em casa, comigo, com muito amor, no tempo dele, de acordo com os interesses dele, do jeito que ele quer. Duvido escola que faça isso...

    bjos

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  3. Nine.. fui lendo e lembrando da Dona da escola de Laís dizendo que ela viaja na maionese, pq cria historias milaborantes do seu imaginário. Fui tendo essa mesma sensação durante o texto, mesmo sem ter essa noção maior em relação a educação. Tenho começado a me questionar e pensar muito sobre isso...
    Um medo de ir contra "o que ão pode ser mudado". Mas ja mudei esse conceito dentro de mim outras vezes, é só questão de começar.

    Sabe que muitos educadores tem essa percepção da educação domiciliar (meu tio, professor a mais de 20 anos, veio conversar comigo sobre isso!!!) Ainda há esperanças... !!!

    Bj grande

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