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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Meninas x Meninos

Um dos assuntos que fervilham a minha mente desde que me vi grávida de um menino é justamente essa segregação entre os gêneros, essas diferenças embutidas em nossa sociedade, internalizadas em frases, em observações, em novelas, filmes, comerciais de TV.

Quantas dessas diferenças entre os gêneros são realmente fruto de nossa biologia, nossa composição corporal e quantas são fruto do que nós, adultos, introduzimos na educação de nossos filhos ao longo dos séculos?

No caso dessas últimas, o que fazer? Seguir a maré, afinal nossos filhos farão parte desta sociedade, ou revolucionar, botar para quebrar e reavaliar toda e qualquer atitude na educação dos mesmos? Quais as consequências disto num futuro nem tão distante?
...
Quando estava grávida da Ísis e descobri que ela era a Ísis e não o Pedro, eu me senti calma, pisando em terreno conhecido. Eu sou mulher, teria uma filha mulher, que viveria no mundo seguindo caminhos parecidos com os meus, passando pelos mesmo problemas e tals.

Já nessa época eu me irritei profundamente com as lojas de roupinhas, acessórios e brinquedos de bebês porque tudo que minha filha teria estava fadado a ser rosa, lilás ou branco. Raramente e pagando muito bem, apareciam uns azuis turquesa (com rosa), uns vermelhos (com branco), uns verdes (com lilás). Muitos laços, borboletas, babados e pedrinhas brilhosas compõem o restante do visual.

Que fique claro, eu não sou contra um visual feminino, ao contrário, eu acho lindo; o que me irrita é a segregação, a falta de opção de uma bola num vestido, um urso de bicicleta num body, uma pipa numa jaqueta de moletom...me irrita a vendedora antes de mais nada me perguntar se é para menino ou para menina e conforme minha resposta me mostrar um lado da loja totalmente rosa ou outro totalmente azul!

Nas seções de brinquedos então, eu sempre surto! Por que as meninas tem que brincar de cuidar de bebês, cozinhar, lavar, passar, varrer, se maquiar, emperequetar e tudo em rosa ou lilás? Prá mim não dá!

Vejam bem, não sou contra o fato da criança (seja ela menina ou menino) brincar disso. Acho natural, normal, válido, etc. Mas sou contra esse tipo de brincadeira ser direcionada apenas para as meninas, tipo "esse é o seu papel, é isso que você faz e preferencialmente em rosa ou lilás".

Não há carrinhos (por quê? mulheres não dirigem?). Não há jogos de ferramenta (por quê? mulheres não precisam saber se virar sozinhas, trocar uma lâmpada, rejuntar o banheiro, trocar o gás, entender a mecânica do seu próprio carro ou saber instalar sua máquina de lavar louças?).

Eu evito esses brinquedos para a Ísis, sério mesmo, porque ela já ganha dos outros. Então eu procuro dar outras coisas, mas já dei um joguinho de chá (rosa E lilás porque não achei outras cores) e ela amou. Brinca muito, assim como brinca de massinha de modelar, de carrinho, de desenhar, com blocos coloridos, de bola, de balão, com instrumentos musicais e tals.

Eu queria dar uma motoca para ela de natal, o pai cogitou uma cesta de basquete (!), porque ela adora arremessar a bola e fazer "cesta" no cesto de roupas sujas. Acabamos comprando uma viola crioula, que é tipo um violão de verdade, de madeira, com cordas de verdade, só que em tamanho infantil, porque ela brinca de tocar violão com tudo que pega na mão, assim como tocar flauta, tocar tambor...

Quando soube que teríamos o Pedro, um dia no jantar marido me larga essa "agora terei alguém para ver os jogos do coringão comigo!".

Juro que surtei (notaram como eu ando surtada?) lançando aquele olhar fulminante e no auge dos meus hormônios gravídicos bradei que ele parasse com aquela besteira de separação de gêneros desde já! Que ele nunca ousasse afastar a Ísis de atividades porque ela é menina! Humpf!

Ele me explicou calmamente que seria mais natural o menino acompanhá-lo ao futebol e a menina me acompanhar ao salão de beleza (oi? a comparação correta aqui seria à aula de balé, que é atividade física, né?), que não seria ele quem separaria, mas as próprias crianças se espelhariam em nós, cada um com seu gênero.

Tá, até concordo que pode ser sim, com o tempo, mas o que quero frisar é que essa separação tem que partir da criança e não ser imposta pelos pais, percebem? E se o Pedro quiser fazer balé, ginástica artística e a Ísis aulas de futebol, kung fu?
...
Quando fui olhar as roupinhas da Ísis que poderiam ser do Pedro, muita coisa ficou de lado (ahá) porque era feminino demais, mas muita coisa com rosa e lilás está lá na pilha de roupas para lavar, sem estresse. O que acontece é que, assim como não queria vestir minha filha como um moleque o tempo inteiro, também não quero vestir meu filho como uma princesinha, ora bolas!

Mas percebi uma coisa: é mais fácil aceitarmos coisas masculinas nas meninas, do que coisas femininas nos meninos, não é? Uma menina usa calça, sapatos, azul, cores escuras e másculas, roupas largas, cabelos curtos...e um menino usando saia? rosa? estampas florais e brilhosas? Difícil, né?

Daí que mudei minha neura das roupas do rosa/lilás/branco para o azul/verde/bege. TUDO para meninos é desta cor...pagando bem surgem uns laranjas (com azul), vermelhos (com bege), brancos (com verde). Tudo tem meios de transporte, pipa, bola, peão.

Não sou contra o modo másculo de se vestir, nada disso, ao contrário, eu adoro! Mas me irrita a falta de opção, a segregação, a ausência de um jardim com bichinhos num macacão, de corações, arco íris, gatinhos mimosos num body, de borboletas e crianças saltitantes numa jaqueta de moletom ... me irrita a vendedora antes de mais nada me perguntar se é para menino ou para menina e conforme minha resposta me mostrar um lado da loja totalmente rosa ou outro totalmente azul!

Os brinquedos são aqueles bonecos de super heróis, jogos de ferramenta (vermelho e amarelo ou azul e vermelho), carrinhos mil (nunca rosa/lilás/branco).

Não há bebês (por que? eles não serão pais no futuro?), não há máquina de lavar, ferro de passar, cozinha montada (por que? por acaso eles não devem saber se cuidar sozinhos e cuidar de sua futura família?), kits com gel pós barba, lâmina de barbear de brinquedo, escova, pente, perfume, creme (por que? homens também não devem estar limpos, cheirosos, bonitos?).

Estou louca ou ainda educamos nossos filhos do século XXI como no século I?
...
Depois que engravidei do Pedro eu percebi que séculos passaram, o mundo girou, mas os meninos são mais ovacionados que as meninas. Um casal então, é a glória! E isso me irrita de uma tal maneira insana que nem sei explicar...mas vou tentar.

Eu me considero feminista, mas não esse tipo caricaturado onde todas nós queremos ser homens, ocupar o lugar deles, fazer as mesmas coisas que eles, numa total negação da nossa biologia, do nosso gêrnero, que é sim diferente, mas não inferior, percebem?

Homens são homens, Mulheres são mulheres e nós não precisamos negar nossa essência feminina para sermos aceitas, ao contrário, são nossas diferenças que nos completam e que contribuem desde sempre para o progresso mundial. Nossas diferenças biológicas, de gênero, não essas impostas pela sociedade a cada era.

E filhos são filhos, seres amados, esperados, desejados, não importa o gênero. Quando as pessoas sabem que teremos um casal comentários do tipo "nossa, vocês devem estar bem felizes, né? um casal é muito legal/maravilhoso/sonho de consumo!". Sim, é, assim como ter 2 meninas e 2 meninos também seria! Filho é filho! Eu não fico feliz com esse tipo de comentário, nem quando percebo o tom de desapontamento ao se saber que vem MAIS UMA menina...não é a mesma coisa quando vem MAIS UM menino...

Outra coisa que me dá vontade de pular no pescoço é quando ouço assim "agora vocês vão ver como a vida de vocês vai ficar mais agitada, um menino é bem mais agitado/ativo/cheio de energia do que menina". Gente, sério, quem fala isso não conhece minha filha! Eu concordo que pessoas são diferentes e que incentivamos nos meninos atividades de rua, de correr, pular, etc, enquanto meninas devem ser educadas, comportadas, calmas e brincarem sentadinhas de boneca e casinha...

Quando estava grávida (ops, estou ainda) tudo de ruim que me acontecia era relacionado com o fato de ser menina: tá enjoando? é menina! sua pele/cabelo ficou pior? é menina, porque ela "rouba" a beleza da mãe!, tem azia? é menina, pq menina nasce com mais cabelo!
...
Três causos das férias para ilustrar:

1) Na loja de roupas de algodão natural eu me interesso por um macacão, a vendedora se aproxima e pergunta: "é para ela? é que esses são de menino, para as meninas são os vestidinhos, ó!" E sai me mostrando outra arara de roupas de menina...Eu ignoro e permaneço vendo os macacões. Só não trouxe um porque não serviam nela. Não sou fã dos vestidinhos, acho-os lindos, mas acho também que limitam as brincadeiras. Acabei trazendo um, que a Ísis usa com legging. E é bege, marrom e verde, ó que legal!

Explicação: eu, como mulher, amo vestidos! Mas não os considero a vestimenta ideal para crianças brincarem livremente, por isso a Ísis tem 1 ou 2 no armário, que acabam sendo usados com bermuda ou legging.

2) Na sala de brinquedos do hotel destinada a crianças de 0-4 anos, um casal com um menino de pouco mais de 1 ano e meio fica admirado com a Ísis cantando e dançando a música do pintinho amarelinho. Acham lindo, acham fofo, acham meigo. Eu não vi a cena, mas um tempo depois encontramos o mesmo casal saindo do restaurante. O pai do menino lembra da Ísis, chama ela e começa a cantar a música do pintinho. Ela, que adora uma platéia, começa a dançar e cantar no colo do pai. O casal acha lindo, acha fofo, acha meigo E a mãe do menino se vira para mim e diz assim: "Que coisa mais fofa a sua menina! Os meninos não fazem essas coisas!" Gente, sério, aquela mãe, jovem, do século XXI estava me dizendo que os meninos tem impresso em seu DNA a impossbilidade de cantar e dançar a música do pintinho? Retruquei na hora que os meninos só não fazem esse tipo de coisa se não forem ensinados a fazer (assim como arrumar seu próprio quarto, recolher a mesa, cozinhar, lavar a louça/roupa, trocar as fraldas, dar banho, fazer dormir)! Marido me olha de rabo de olho, mas pôxa, tem coisa que a gente escuta que não dá, né?

3) Uma amiga me dizendo como era legal ter menino e menina, que eu ia perceber que, realmente, eles são diferentes (sério?) e que possuem personalidades diferentes, que tem coisas que não adianta, é de menino, e outras que são de menina...Tá. Mas eu insisti, como assim? E ela me disse: o menino não para quieto, é mais brusco, não pode ver uma bola, gosta de escalar coisas e tals...A menina é mais calminha, mais mimosa (?), gosta de brincar de boneca, maquiagem. Tá. E eu insisti: mas quando ele, o menino, pega as panelinhas da irmã para brincar, o que você faz? Você incentiva, cria uma história de fazer papazinho, cuidar do nenê? Não, foi a resposta, ela não tira as panelinhas (pelo menos isso!), mas não incentiva a brincadeira, como fez e faz com a menina! E a menina? Quando ela tentou escalar, jogar bola, foi mais ativa ou mais brusca no comportamento? Ela foi incentivada ou reprimida? A resposta? É...a gente reprime, né? Porque isso não é coisa de menina...

Vamos rever nossos (pré) conceitos na educação de meninos e meninas, vamos?

E por favor, me poupem de frases do tipo "meninos isso, meninas aquilo". Vamos trocar por "tem pessoas que isso, tem pessoas que aquilo".

12 comentários:

  1. Olá! Adoro dar uma espiadinha no teu blog mas é a primeira vez que comento. Lendo teu texto de hoje lembrei de uma história da minha infância, lá nos anos 80... Minha mãe e uma amiga entraram em um supermercado comigo e o filhinho da amiga que tinha a mesma idade que eu, uns 5 anos... Nós fomos direto pra prateleira dos brinquedos, claro. De tanto insistir nos deixaram, cada um, escolher um único brinquedo, enquanto elas faziam o resto das compras. Resultado: eu, menina, saí feliz e contente com meu novo caminhão vermelho de rodas pretas (aqueles bem vagabundos de plástico duro), enquanto ele, menino, saiu agarrado a sua "Quem-me-quer" nova! Nenhuma das duas mães ousou questionar as nossas escolhas... Passados uns vinte e tantos anos, nem ele ganhou trejeitos afeminados, nem eu fiquei masculinizada (e caso tivesse acontecido, creio que seriam questões bem resolvidas na minha casa).
    Concordo contigo: precisamos repensar a forma como educar nossos filhos no que se refere a essas artificialidades de gênero!
    Um beijo

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  2. Nine, post perfeito. Concordo plenamente. Lá em casa ainda nem encomendamos o baby mas já tivemos debates "acalorados" por conta desse assunto. Sabe como são os homens né, infelizmente, por mais cabeça aberta que sejam, sempre vai haver aquele resquício de machismo... daí que ele tem aquela opinião de filhO meu não brinca de boneca, de panelinha etc. Eu sempre argumento dizendo: "ué, mas ele não será pai? não pode saber cozinhar para ele e/ou sua família?". Digo q acabou essa história de ficar tudo nas costas da mulher, nenhuma de nós quer mais aquele marido unicamente provedor financeiro, que senta no sofá "coçando", liga no futebol e grita pedindo cerveja. Isso acabou! Hoje em dia tbm participamos do orçamento do lar e queremos parceiros! Não queremos um marido que ajude de vez em quando e ainda seja exaltado por isso. Queremos parceiros nessa jornada, que dividam as funções conosco simplesmente por saberem que é assim que tem q funcionar para um relacionamento saudável e uma vida em família mais feliz!

    Tbm me irrito mto com essa segregação! Por isso sempre digo que, quando eu engravidar, eu e meu marido saberemos o sexo, mas não vou contar pra ninguém, vamos dizer pra todo mundo q escolhemos não saber, daí o numero de pitacos diminui (assim espero!).

    Desculpe escrever um testamento aqui rsrs é q o assunto está mesmo mto interessante. Beijos!

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  3. Pois é... o xis da questão é que a maioria das mulheres, ao se verem mães de guri, acabam repetindo o padrão de educação láááá de "mil novecentos e antigamente", em resumo, guri não chora, não brinca de boneca, de casinha, guri é o tal... O mais contraditório nisso tudo é que nós, mulheres, queremos companheiros que saibam assumir responsabilidades com a casa e com os filhos, mas, na hora de educar nossos próprios filhos, agimos de forma diferente! Só um exemplo, a partir da minha história familiar: meu pai era doido por futebol e meu irmão (um ano e meio mais novo que eu) não curtia tanto; acabei me tornando a grande companheira do pai para assistir jogos e ficar comentando depois (o que se repetiu com as corridas de fórmula 1). Beijos, ótimo blog, vira e mexe passo por aqui! Clarissa

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  4. Nine Querida,

    O Victor ama brincar de fazer compras e foi muito difícil achar um mini carrinho de brinquedo que não fosse rosa. Com muito custo consegui um vermelho! Sabe, então pensei, refleti que eu não queria de maneira alguma o rosa! Parece que está meio fixo na nossa cabeça azul menino, rosa menina! Difícil, né? Beijinhos!

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  5. Estava pensando nisso esses dias! Eu fiz ballet por anos e esses dias comentaram:"que pena que vc tem um menino ele não vai poder dançar!"
    Porque???? Homem não dança???

    Tudo bem se uma menina for meio "muleque" mas se o menino gostar de alguma coisa "de menina" é um aue!

    Beijos

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  6. Olha, essa diferença me irrita muito! Tento ao máximo não fazer essa diferenciação, mas é dificil.
    Ela quer uma barraca de Natal. Fui em um monte de lojas, e só tinha rosa de fadas ou azul de piratas. Só! Depois de procurar muito encontrei uma toda colorida, sem qualquer personagem, que será o presente de natal, junto com um livro de montar dos piratas que ela escolheu. E sim, a atendente da livraria mostrou os livros das princesas, que eram 'de meninas' e ela não gostou. E ainda disse "mas minina tambem binca de pilata, eu sou um pilata".
    Acho que estamos no caminho certo!
    Beijos

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  7. Assino embaixo do seu post Nine, eu tenho 2 meninos e 1 menina, e não tem nada a ver, falar que são diferentes por causa do sexo, são diferentes , porque são diferentes, o Ad e o Bj são água e vinho , o Ad sempre foi calmo, na dele e o Bj super ultra elétrico, já a Baby é a mistura dos dois, tranquila, mais gosta de fuçar , mexer, ela e o Ad são mais parecidos, mais ela tem incentivo em brincar com os irmãos, de bola de carrinho.
    Só que antes dela a gente não tinha boneca, tínhamos vários ursinhos de pelúcia que eram os nenês, mais quando ela tinha uns 6 meses ganhou 3 bonecas de pano usadas, adivinhe.
    Cada um ficou com uma, a Esther do Adrian, a Jequiti do Bj e a Clodete da Baby, e mais o Bj levou a Jequiti no dia do brinquedo na escola e a pedagoga me elogiou, disse que no começo os amiguinhos tiraram sarro, quando eles viram que o Bj não estava nem ai, eles ficaram curiosos (os meninos) e depois estavam brigando pra ver quem brincava com a boneca.
    Uma grande bjk

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  8. Palmas!!!!
    Mil palmas!!! Post ÓÓÓÓÓTIMO!!!
    Concordo mais que plenamente. Parece que você pegou tudo que estava na minha mente a respeito do assunto, e literalizou! Amei!!!

    Eu fui criada com um irmão 1 ano e meio mais velho, e sorte que meus pais sempre tiveram cabeça boa: fiz aula de futebol, e meu irmão já teve uma boneca da Bela (de Bela e a Fera), que era sua personagem favorita. Hoje, a Lara é criada com meus irmãozinhos... ela brinca de bola, ama brincar de carrinho, jogar video game, e é muuuuuito mais agitada que meu irmãozinho maior ( tenho um de 7 e outro de 4 anos).

    As pessoas são aquelas que ensinamos a ser, não tem frase mais sábia que essa. Sendo menino ou menina, antes de qualquer coisa são pessoas. E as pessoas são diferentes, independente do sexo!
    Não é porque a Lara brinca de carrinho, ou meu irmãozinho brinca de boneca com ela, que eles deixarão de ser menina ou menino!

    Beijo, e mais uma vez, parabéns pelo post!

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  9. Adorei as reflexões! Vou te contar que um dos primeiros brinquedos que o nic teve foi um nenem pra ele brincar. Ele amou e curtiu por vários meses, assim como gosta de bichinhos de pelúcia, de fazer comidinha nas panelinhas dele enquanto eu cozinho e mais que tudo, da boneca de pano de cabelos compridos que eu fiz pra ele qdo ele tinha 1 ano e ate hoje eh o xamego dele. Eu sempre incentivei muito esse lado e uma vez que fui comprar uma vassourinha pra ele fiquei realmente indignada por encontrar só rosa. Como assim? Só menina varre?

    Mas apesar disso tudo, nine, nic ama de paixão o mundo dos carrinhos. Nao acho que seja algo de menino necessariamente, pode ser algo da personalidade dele mesmo. Assim como eu adorava soltar pipa e pular muros. Por isso nao me espantarei se a Lily também gostar de carrinhos... Alias, vou gostar demais pois vai ser uma boa economia na hora de comprar brinquedos! :)

    E boa sorte pra gente pra nadar contra toda essa segregação, que começa com as brincadeiras, mas depois se transforma em diferentes salários e direitos.

    Beijos!

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  10. jamais darei uma vassourinha ou piazinha p Nina, acho isso uoh.
    Ja na seçao dos meninos qdo tenho q dar presente de niver p filho d amigos fico perdidsa e acho tudo feio, cada boneco de dar medo, compro livros e pronto.
    Nao me imaginei mae de menino em nenhum segundo da minha vida mesmo antes de imaginar q teria filhos, sempre quis menina, sempre.......Talvez pq meu irmao mais novo 10 anos q eu seja como um filho p mim, sei la.
    Acho q nao tem probl nenhum o moleque da pracinha pegar a motoca rosa da amiga e dar uma volta, mas a cara do pai de pasmo é sempre a mesma, ja reparou nisso....Eu tenho uma foto minha c uns 4 anos brincando d caminhao feliz da vida!!!
    Bjs bjs

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  11. somente para complementar .... vc já tentou comprar uma roupinha para um bebe que os pais ainda não sabem o sexo ???? IMPOSSÍVEL !!!!

    eu fui impedida de ser escoteira (sonho de criança) pq meu pai dizia que eu não ia ficar pelos matos com meninos .... ABSURDO TOTAL !!!

    a Isabela ganhou no natal do ano passado da vovó (minha mãe) um carro ROSA lindinho .... ela disse que não pode dar uma para mim que ficava louca querendo brincar com os carrinhos do meu irmão....

    eu percebo que a Isabela gosta muito mais de brincar com os meninos (mesmo os desconhecidos) e eu e o pai sempre incentivamos .... mas dai agente ve coisas do tipo .... a Isabela se encantou com um garotinho da mesma idade em um casamento neste final de semana e ia lá abraçar e beijar o menino enquanto o menino não estava MUITO afim de papo com ela e advinha os pais do menino o que fizeram ??? vai fulano pega ela não ta vendo que esta te dando mole .... FALA SÉRIO !!!!

    beijos

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  12. Parabéns Nine.

    É lendo relatos como o seu que procuro sempre combater minhas atitudes machistas, onde quer que elas estejam escondidas. Podes ter certeza de que é uma tarefa árdua, pois sempre fica alguma coisa enraizada pela criação necessitando de uma atenção especial, até que acontece alguma situação ou evento que me leva a reflexão ;o)

    Como alguém comentou acima, para mim essa frase foi perfeita: “(...) os meninos só não fazem esse tipo de coisa se não forem ensinados a fazer (...)”.

    Acho que o ponto é exatamente esse. Ninguém nasce racista, sexista, xenófobo, etc. Apenas para pontuar, há alguns finais de semana atrás, estávamos eu e a Sherol rindo dessa nossa “modernidade” enquanto casal. Era domingo, e eu fazia o almoço enquanto ela estava instalando o varal no pátio ;o) Minha mãe me ensinou a cozinhar ainda pequeno e hoje na fase adulta além do blog do Téo (bloguinhodoteo.blogspot.com) mantenho com 2 amigos um blog de culinária (oqueacasaoferece.blogspot.com), sem me sentir menos homem por isso. A Sherol por sua vez, não sabe nem aquecer a água pro chimarrão, mas se dá muito melhor do que eu com trabalhos manuais e de raciocínio lógico e espacial, como montar estantes ou pendurar varais, mas ela tampouco é menos mulher em função disso.

    Para terminar, uma coisa que me deixa muito indignado, talvez tanto quanto você ficou no seu relato, é que até o momento tivesses 12 comentários nesse post, sendo que somente 1 desses comentários foi masculino. Ou seja, representatividade masculina até o momento = 8,33%. É muito pouco. Mulheres, incentivem os homens das suas relações (filhos, maridos, irmãos, amigos) a dar uma passadinha em blogs como esse, lerem, opinarem, participarem. Promovam a discussão, é isso que faz a diferença. É isso que leva as pessoas a se conscientizarem. Entendo que quanto mais participações masculinas tiverem num post como esse, com certeza mais multiplicadores para promover uma mudança de mentalidade; sem querer “catequizar” ninguém, apenas acho que promover esse tipo de debate, ler e discutir opiniões, mesmo que contrárias, nos levam no mínimo à reflexão.

    Parabéns novamente Nine, pelo post, pelo blog e pelo pimpolho que vem chegando (e para não ser machista, pela pimpolha que já chegou tb ;o))

    P.S.: Gostei do marcador (Sanguenozóio huahuahuhau com sua permissão, vou usar no blog do Téo)

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