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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A Flor do Deserto


Imagem: google

Eu não faço crítica literária e nem de cinema, mas ontem assisti a um filme no Telecine Touch (bendita degustação!), Flor do Deserto, que começou despretencioso, meio paradão até e achei que fosse mais um desses filmes sobre a pobre menina linda que alcança o sucesso através de sua beleza ao ser "descoberta" e a partir de então ser uma estrela de cinema, de passarela, de palco. Mas eu estava enganada!

O filme foi baseado na vida da então top model somali Waris Dirie, que, seguindo a tradição de seu país, foi circuncidada aos 3 anos, fugiu de casa aos 13 anos, um dia antes de seu casamento com um sexagenário, atravessou o deserto, trabalhou na embaixada da Somália em Londres, foi descoberta por um fotógrafo na lanchonete onde trabalhava, se transformando numa top model de sucesso a partir de então. Até aí, sem muita novidade, histórias de superação existem - ainda bem - aos montes por aí e são sempre inspiradoras.

O que me emocionou no filme, na verdade me horrorizou, foram os momentos finais, onde ela conta sobre a circuncisão que sofreu, a dor que sentiu e a luta dela para que este tipo de tortura tenha fim para as mais de 140 milhões de bebês-meninas que sofrem/sofreram essa brutalidade pelo simples fato de serem mulheres.

A cena onde ela, pequena, é circuncidada por uma senhora de dar medo, no meio do deserto, com uma navalha, no seco, é de chorar, e eu chorei muito vendo aquilo, aquela tortura horrorosa com uma menina, praticamente um bebê, tão pequena e indefesa como a minha filha, que nem entendia o que estava acontecendo. A realidade da cena é chocante.

Você sabe o que é a circuncisão feminina? É você ser mutilada nos seus ógãos genitais: retiram o clitóris, pequenos lábios, grandes lábios e, não satisfeitos com tamanha atrocidade, costuram a vagina para que a mulher permaneça "pura" até o casamento. E neste dia lindo e maravilhoso, na noite de núpcias, o amoroso marido pega outra navalha e rasga novamente a vagina antes de penetrá-la...

Waris poderia ter ficado com seu sucesso e continuado sua vida longe dos problemas de seu país de origem, mas lutou e está lutando contra essa violência, inclusive dentro de sua própria família.

Vale a pena ver o filme e conhecer um pouco mais sobre a (não) condição feminina.

Criar nossos filhos para que respeitem o próximo, para que amem seus corpos e não considerem o sexo e a sexualidade como algo nocivo para as mulheres - já que para os homens nunca há esta conotação - é apenas um pouco do que podemos fazer.

PS: Estou bem, sem foto da barriga (segundinho, tadinho), iniciando o sexto mês, sem saber o sexo e o nome de quem me habita.

8 comentários:

  1. uma judiaçao, um costume de deveria sumir do mapa.
    Me conta como vc consegue nao saber o sexo?? Eu sou ansiosa d+ e desde sempre sabia q se fosse menina seria Nina nunca pensei em menino.
    Bjs mil

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  2. Eu comecei a assitir,mas acredita q dormi na metade do filme.Uma chuvinha aqui em Jlle que não deu pra resistir.
    Bjssssss

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  3. Oi Nine,
    Conheço a história dessa modelo, mas nunca tive coragem de ver o filme... Ui!
    Maragogi não é mesmo o máximo! Que bom que voc~e também conheceu!
    Beijos
    Chris
    http://inventandocomamamae.blogspot.com/

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  4. Nine,
    são coisas que a gente nem imagina que ainda aconteça, e pelos números acontece muito!
    fiquei chocada, quero ver filme já que recomendas!
    beijos
    ah, já sabe o sexo do baby??curiosa eu...rs
    beijos

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  5. Esse tema é muito complicado...
    A prática é abusiva, desrespeitosa, absurda. Mas ainda é feita, infelizmente.

    Vou procurar assistir o filme!!

    Beijos,

    Rapha, mãe da Alice

    Filhote de Humano

    Maternar Consciente

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  6. Que horror, já tinha ouvido falar desse filme!
    Você não sabe o sexo pq quer surpresa?

    Beijos

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  7. Oi. Muito prazer em conhecer o seu blog. Cheguei ontem e vim para compartilhar a maravilha que é o universo da maternidade. Quanto à curiosidade, a minha já estava aguçadíssima desde que eu soube da gravidez. No quarto mês, quando eu soube que era menina, eu já estava desesperada para saber! Beijos!

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  8. Dea, não é que eu não queira saber o sexo, mas ainda não conseguimos, hehe, acho que desse mês não passa!
    Beijos!

    Oi Isis, o filme é meio parado mesmo, sem grandes picos de emoção, salvo os momentos finais, mas vale a pena conhecer a história toda! Beijos!

    Oi Chris! O filme é bom, e no geral não possui cenas chocantes, somente nos minutos finais do filme, mas acho que me chocou mais o choro da criança (que foi muito real o terror nos olhos dela, um horror), pois na verdade não aparece "nada", entende? Beijos!

    Angi, recomendo mesmo! E ainda não sei o sexo, acho que este mês! Beijos!

    Rapha, Juliani, vale a pena o filme, não pelo enredo em si, mas pela história de vida dela. Este mês saberemos o sexo do BB! Daí virá a saga do nome, hehe Beijos!

    Bem vinda Mãe da Laura! Beijos!

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