A primeira viagem de carro

Filha, a mamãe conheceu outras mamães bem legais depois que resolveu colocar as nossas peripécias no blog. Várias delas gostavam de viajar antes de terem filhos, como a mamãe e o papai, e resolveram não deixar essa prática de lado depois de terem seus bebês.

Algumas delas se organizaram e fizeram esse blog aqui.

Depois de ler alguns dos blog dedicados a viagens com crianças eu me lembrei da primeira viagem que fizemos depois que você nasceu: foi quando você tinha 45 dias! Saímos de Joinville e fomos para Criciúma, cidade onde moram os seus avós. Foram 400 km rodados de carro, com você no porta-malas bebê conforto. E eu vi que viajar com pequenos seres humanos na mala dá uma canseira! E que apesar de existirem inúmeros relatos de pessoas que viajam com bebês pequetitos e se divertem, foi acontecer de justo na minha viagem com você pequetita, acontecerem coisinhas estressantes, mas que nem por isso me fizeram desistir de viajar com você. E como recordar é viver, aí vai:

No quesito alimentação não houve problema! Você ainda mamava, então a barriga cheia estava garantida!

Durante a viagem eu encontrei alguns probleminhas e percebi que, apesar de estar super equipada com bolsa da mamãe maravilha a tira colo, os lugares onde paramos não eram preparados para os bebês. Nunca havia um bom lugar para a troca de fraldas! Eu te trocava no banco de trás do carro e isso gerou algumas cagadinhas manchinhas no banco. Mas superáveis, claro, todas devidamente limpas com lenço umidecido!

No bebê conforto, durante a viagem, achei que você não estava confortável o suficiente, pois, apesar da cadeirinha ter aquele suporte para envolver melhor a cabecinha, ela ficava pendendo sobre o pescoço e, neurótica que sou era, eu fiquei segurando a sua cabeça praticamente toda a viagem por medo de você ter algum torcicolo! Quase que fui eu quem acabei com um! Só bem depois foi que descobri que existem umas almofadinhas para colocar no pescoço dos bebês, tipo essas daqui ó:

Imagem: http://www.bebeseguro.com.br/prodvar.aspx?cp=K15104&np=Protetor+de+Pesco%c3%a7o+para+Viagem+Wayne+-+K's+Kids

Nós havíamos nos programado para viajar por duas horas seguidas, fazer um intervalo de 1 hora e viajar mais 2 horas. Foi mais ou menos isso que fizemos e você viajou dormindo praticamente toda a viagem de ida. O problema foi quando chegamos em Criciúma! Você não parava de chorar quando estava acordada! Foi um deusnosacuda! Estressante demais, porque estávamos longe de casa, meio acampados hora na casa da sua avó materna, hora na casa da sua avó paterna e você só chorava! Estranhava tudo, todos! Até encurtamos a visita por causa disso.

Outra dificuldade foram os passeios com você. No nosso micro porta malas não cabiam todas as coisas das quais você iria precisar, então deixamos o carrinho de lado. Você só andava no colo e acho que isso cansou um pouco, tanto os seus pais, quanto você mesma. Talvez por isso mesmo o choro. Ah, a mamãe ainda não conhecia o sling e tinha comprado um carregador tipo mochila, que mais por sorte do que por juizo, achou melhor não levar. Hoje é sabido que esses carregadores prejudicam as articulações dos bebês! Ui!

A volta foi mais crítica. Você não dormia de jeito nenhum! Estava super agitada e resolvemos parar numa praia depois de uma hora de viagem. Aliás, a praia da Guarda do Embaú foi a primeira praia que você viu depois que saiu da barriga! Começou com o pé direito, em?

Pois é. Mas você não gostou muito não, viu? Ficou cinco minutos vendo o mar e já começou a reclamar! Depois não queria ficar na cadeirinha. E lá pelas tantas vomitou tão lindamente quanto a menina do exorcista!

Praticamente toda a viagem de volta foi feita com você no meu colo no banco de traz com um aroma peculiar de coalhada no ar!

Depois dessa jurei a mim mesma que nunca mais viajaria para um lugar tão longe com um bebê tão pequeno! Mas se precisasse viajar novamente com um desses no banco de traz, faria o seguinte:

- compraria uma almofada de pescoço de bebê para preservar o meu de um torcicolo;

- compraria um sling e um wrap e iria alternando os dois para carregar você de maneira mais confortável;

- se coubesse no carro, levaria um carrinho;

- ao chegar no local da visita eu leria um documento solenemente informando que em bebê que está dormindo não se mexe, que nem sempre quando você chora é fome, fralda cheia, frio, calor, dor, pum preso, crise existencial; mas é bem possível que em vários momentos sejam uma, duas ou três dessas coisas juntas e nessa hora o melhor é manter o ambiente calmo, tranquilo, sem agitação e evitar olhares furiosos para os pais do bebê chorão que já tem problemas suficientes a resolver (fome, pum preso, fralda cheia, crise existencial).

Nas pequenas viagens seguintes você se comportou lindamente, mas eu e seu pai cuidamos para que o trajeto não demorasse muito mais que 2 horas de viagem, com direito a paradas longas no caminho, caso você acordasse, e pé no acelerador (dentro do limite de velocidade, claro!) enquanto você estava dormindo!

A melhor idade para começar a passear com você foi a partir do sexto mês, quando você realmente passou a curtir estar em locais diferentes daqueles aos quais você estava habituada.

Hoje, com um ano, você adora passear, e apesar da curiosidade aguçada quando chegamos a um lugar diferente, você ainda estranha um pouco acordar num quarto e numa cama que não seja a sua.

Mas nós continuaremos viajando, não se preocupe!