Filha, nós estamos passando - ainda - uma fase de adaptação. Uma fase - ainda - de descobertas. E quanto mais eu penso nisso, mais e mais eu me convenço de que essas fase de adaptação perdurará. E a cada dúvida que surge sobre como agir com você eu volto a ficar na insegurança dos primeiros dias, com um medo enorme de errar, mas com uma vontade maior ainda de acertar. Mas a verdade é que a gente vai errando mais. E esses erros formam a base para os acertos futuros; e ainda que a gente não possa voltar atrás e refazer o caminho sem a presença desses erros, nos sentimos mais acalentados por pensar que, ao menos este aí, já é passado.
Antes de engravidar, das poucas vezes em que pensei sobre como seria quando eu tivesse filhos, não tinha dúvidas sobre o fato de que colocar você numa escolinha/creche/berçário seria a melhor opção. Depois que engravidei essa opinião se solidificou ainda mais e até bem pouco tempo atrás eu tinha certeza de que esse era o caminho certo.
Numa creche/escolinha/berçário você não estaria nas mãos de uma babá sem conhecimentos, que além de poder te fazer algum mal, sem que você conseguisse me comunicar isso, ainda poderia prejudicar o seu desenvolvimento. Então eu acreditava que numa escolinha/creche/berçário você seria mais bem tratada, porque haveria pessoas qualificadas ali para atendê-la e que haveria outras mães, outros pais que me ajudariam a olhar a maneira como você e as outras crianças eram tratadas. Então essa me pareceu a melhor escolha.
Mas acontece que o tempo - sempre ele - passa e com ele vem a experiência, essa amiga que não pode ser dada, ofertada, explicada, desejada, mas apenas vivida e aí que eu já não acho mais que o berçário é o melhor para um bebê de 6 meses (que era a idade que você tinha quando entrou).
No quesito cuidado coletivo eu me enganei profundamente. Porque a realidade é que cada pai que chega na porta ou que observa no vidro olha com devoção e cuidado apenas uma criança: o próprio filho. Eu também faço isso. Quando eu chego na sua escola e a porta do berçário está aberta, meus olhos vão em busca da sua figurinha ali sentada, brincando. Eu nunca reparo nas outras. Eu só vejo você. Mesmo quando eu fico olhando pelo vidro, meus olhos vão em busca da sua figurinha.
Uma vez eu achei que uma das professoras estava falando com demasiada grosseria com uma menininha. Não queria que ela falasse assim com você, mas a verdade é que com certeza ela fala assim com você também. Lá na nossa casa ninguém grita. Eu não quero que você aprenda a expressar suas opiniões e necessidades com gritos. Não precisa.
Na sexta feira fui te buscar e você estava com três chucas: uma no topo da cabeça e uma em cada lateral. Achei bonitinho quando vi de longe, apesar de nunca prender o seu cabelo por achar que ele é fininho demais; e também porque não há necessidade quando o tempo está ameno e você não fica com calor por causa de alguns fios...Enfim, quando cheguei mais perto percebi que você estava com o couro cabeludo todo vermelho e que as chucas estavam apertadas demais na sua cabeça. Assim que te peguei no colo tentei tirar as chucas, mas não consegui de tão apertadas que elas estavam! E a sua professora ainda me disse na porta que você não tinha dormido a tarde toda, que estava chorosa... Ela também não conseguiria dormir com o cabelo preso daquele jeito! E com certeza você estava chorosa porque estava com dor de cabeça! Cheguei a brigar com a moça, tão nervosa fiquei! A partir de agora as professoras estão proibidas de prender o seu cabelo!
Isso sem falar das vezes em que a mamãe vai te trocar e você demonstra estar incomodada com a limpeza, como se estivesse esperando por algo ruim! Isso me faz pensar sobre como essa troca vem sendo feita. Eu questionei a escola, eles afirmaram que a equipe é muito bem qualificada, etc. Mas eu não acreditei, ainda mais depois que eu li no blog Mãe de Primeira, da Paloma, que coisas assim podem ser sinal de que algo não vai bem.
Dia desses você estava me beliscando e eu disse "não Ísis, não belisca a mamãe, faz dodói", com a voz firme, mas sem grito ou gesto brusco. E você chorou e chorou muito! Um choro sentido! Morri de dó! Na hora eu já penso se pode ser algo que você tenha passado na escola, porque é certo que lá você recebe muitos nãos quando faz das suas traquinagens (como morder os amiguinhos, beliscar, puxar cabelos), mas existem maneiras e maneiras de dizer não...O que me tranquiliza é que você já ensaiou um chorinho certa vez, então tento relaxar e pensar que isso pode ser normal, sua reação e pronto. Mas que fica a pulga, fica...
Tem os dias em que você não está a fim de estar em contato com outras 15 crianças e mais 5 professoras em cada turno! Isso me estressa só de pensar!
E ainda tem o problema das doenças que você pega. Toda semana é uma novidade. É um agente novo a te incomodar e a me deixar preocupada. Você ainda é pequena, filha. Suas defesas ainda não estão boas para já estar em contato com tanta adversidade.
Nós estamos passando por um momento de mudança. E eu quero aproveitar esse momento para iniciarmos uma mudança: deixar você mais tempo em casa. Com alguém de confiança - que peço todos os dias para que apareça nas nossas vidas - para que você possa ter momentos mais tranquilos em casa e ir para a escola apenas como um complemento do seu dia e não como uma obrigação.
Será mais uma tentativa, filha! Mais uma das tantas que eu ainda terei de fazer para que você fique bem!
Semana corrida demais, e acabei "perdendo " a postagem para comentar...mas aí vai atrasadinha, mesmo !
ResponderExcluirO melhor lugar para uma criança é em casa e se possível com a mãe ou -na sua ausência a avó ou outro parente bem próximo que ame a criança e a sinta como sua . Eu fiz concurso, passei e fui toda feliz trabalhar na Prefeitura ( creche - SP) amava minhas crianças,e o amor era correspondido, mas o que vivenciei lá me levou a pedir exoneração em 2 anos !!! As educadoras não tratam bem as crianças, não gostam do que fazem,não estão preparadas para atender a crianças tão pequenas, não tem carinho, respeito e paciência com elas e com todas as pessoas em geral. E ganham MUUUUTO bem ! Não estimulam como devem dão maus exemplos, gritam muito , colocam os pequenos de castigo e algumas até batem nas crianças...mas como elas estão estáveis ( este é o problema) e que acabou de entrar está em período "probatório" (3 anos de experiência)não pode falar nada, eslas estragam tudo o que vc faz, entram na sala e mexem/somem estragam as coisas...e qualquer coisa te ameaçam...É uma pena ! Existem boas educadoras ? devem existir...mas são raras...Fiquei muito mal, fisica e psicologicamente e resolvi sair para não enlouquecer. Todo mundo lá dentro sabe, mas fazem de conta que nada aconteceu...Pra vc poder abrir um processo, um inquérito , etc... tem que ter testemunhas e ninguém entra nessa "roubada", ninguém sabe, ninguém viu...
Se poder ficar com a Isis um pouco, melhor...( eu parei de trabalhar por 3 anos pra cuidar do meu pequeno. Troquei os cinema, jantares, saídas,gastos a mais para curtir o meu filho e foi fantástico.Como terapeuta sei que até os 7 anos a criança está em fase de formação geral - inclusive moral- vou deixar que outra pessoa imprima no meu filho os princípios dela ? Que se encarregue de sua educação, formação , desenvolvimento ? Pagar terapia depois sai muito mais caro, e nada podemos fazer para recuperar os momento de conquistas, descobertas e alegrias que não vivenciamos porque estávamos muito ocupadas cuidando de outras coisas e outras pessoas enquanto o nosso filho delegamos a pessoas "praticamente desconhecidas".Desculpe-me se coloquei mais minhocas na sua cabeça...Espero que consiga resolver da melhor forma para vc, e principalmente a Ísis...Bjs, carinhosos, Betty( parceira da Mammy)