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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Porque eu devo seguir o meu coração

2014.

Faz quase um ano que nos mudamos para Blumenau. Fazem alguns meses que eu ando escrevendo coisas meio melancólicas por aqui, meio reflexivas, meio sombras.

Eu adoro a sombra. Sou amiga dela. Mas quando passamos muito tempo juntas podemos nos tornar bem chatas, nós duas! Eu e a sombra: duas velhas corocas a caminhar com braços cruzados nas costas, a reclamar do mundo, a refletir sobre ele, sobre nós duas e sobre a luz.

Eu adoro a luz. Sou admiradora dela, sabe? Daquelas fãs querendo ser amiga? Pois é...Seria algo assim como eu, Janine, fã de carteirinha da Roberta, da Mari, da Anne, da Paloma, da Ana Cris, do Ricardo e tantas outras pessoas, que considero luz, mesmo com suas sombras. Daí fico boba, admirando, querendo me aproximar, querendo conviver mais. E fico paralizada. Não faço nada para conseguir o que desejo.

Ano passado foi assim.

Então, um belo dia, a minha amiga sombra, cansada talvez da minha companhia, resolveu sair de fininho, sem me avisar, foi se ausentando aos poucos e quando foi embora de vez me deixou um presente! Foi o melhor presente que eu recebi até hoje, depois do meu marido e dos meus filhos lindos.

Esse presente foi coragem! Coragem de decidir seguir em direção ao caminho que o meu coração estava pedindo.

E o que dizer? Desde então meus dias tem sido fantásticos! E eu vivo uma espécie de brainstorm pessoal. Coitado do marido que fica ouvindo minhas ideias mirabolantes. Feliz de mim que tenho quem ouça minhas loucuras e ainda me ame!

Mas tudo isso para contar, resumidamente, que desde novembro do ano passado estou licenciada para tratar de assuntos particulares. Este tipo de licença não me dá direito a nada (salário, benefícios, tempo para aposentadoria), mas me permite o vínculo, ou seja, não necessitarei de um novo concurso para retornar, se eu assim decidir, dentro de um prazo pré estabelecido e autorizado por lei. Durante a licença é como estar desempregada, com todas as desvantagens (e vantagens) que isso traz.

Filhotes estão comigo, pela primeira vez desde que terminaram as minhas licenças maternidade. O dia inteiro. Todo dia.

Uma decisão tomada foi a saída da Ísis da escola. Este ano, o último antes da obrigatoriedade, ela ficará sem a escola tradicional. E por escolha dela, com minha total aprovação e um certo desconforto do pai.

E se os primeiros dias foram de festa, de muita alegria e descontração, agora já estamos no nosso ritmo, as crianças estão vivendo seus dias mais tranquilamente (eu também), menos doentes e menos ansiosas da minha presença.

Eu, por minha vez, estou vivendo uma maternidade mais pé no chão, sabe? Sem aquela aura de saudade e nostalgia, de sonho e idealizada. Agora é o dia a dia, todos os dias. E se no começo eu achei que pudesse acontecer de eu me enganar sobre mim mesma e não querer essa convivência assim, tão diária, tão hora a hora, agora eu vejo que meus dias são ótimos, são aventura pura, são aprendizados mil, e são sempre uma oportunidade de auto conhecimento, empoderamento e reconhecimento de mim mesma e do outro.

Quase 3 meses de licença...quase 3 meses de foco em mim mesma, na minha família e na construção da realidade que eu quero para mim e para os meus.

Eu ainda tenho medo. Eu me sinto perdida muitos dias. Bate aquela insegurança, sabe? Será? Será mesmo que é esse o caminho que eu quero seguir?

Por enquanto a resposta tem sido sim.

E quando não for mais sim, que venha o não e toda a transformação necessária para uma vida plena, ativa e consciente.

E vocês? Como vocês caminham em direção àquilo que faz a vida de vocês mais plena?

Bom início de ano para vocês!

Arquivo pessoal. Praia de Carneiros-PE


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Fechado para balanço!


Praia de Carneiros-PE

Eu lembro daquelas frases nas portas das vendas, padarias, açougues de antigamente: fechado para balanço. O ano ia chegando ao fim e logo seria necessário fechar tudo, reavaliar, descansar.

Por aqui, ainda estamos de férias. Essas foram as maiores férias que tiramos desde que terminei o colégio! Passaremos as próximas semanas com a família e o blog vai ficar fechado até que 2014 seja parte do dia a dia.

Eu gostaria de agradecer imensamente a todos os visitantes.

Meu coração será sempre grato. A Ana Thomaz diz que é no antagonismo que crescemos. Eu sei que isso é verdade e este ano eu vivi isso na pele. Mas ela também diz que é no semelhante que buscamos forças para o nosso crescimento. Eu precisei muito de semelhantes este ano.

Por isso, por tudo de bom que vocês me trazem com suas visitas e, principalmente, com seus comentários e emails, recebam meu abraço carinhoso, recebam as flores que eu gostaria de ofertar a cada um de vocês.

E, com todo o amor que essas palavras podem carregar através de bites e bytes, meu carinho eterno a você Martha, que compartilhou sonhos de um futuro melhor e as desavenças do horário comercial; a você Natalie, que escreve tudo o que eu penso! Quase me sinto vc! Betty Melo, minha querida, obrigada por todo o carinho, pelos presentes para as crianças e por mais um convite para o curso de histórias sapecas...será que um dia eu consigo terminar? Dani Garbelini, minha amiga virtual que virou real neste ano! Coisa boa contar sempre com seus pensamentos! Anne Rami e Ana Thomaz, minhas musas! Eu me sinto muito mais a vontade comigo mesma desde que conheci vcs! Dani Rabelo, obrigada pelos emails, pelos comentários, pelo compartilhamento de vida! Mauricio Curi, obrigada pelo maravilhoso "Diálogos" e a série sobre educação livre! Feminista Cansada e Blogueiras Negras, obrigada por me fazer entender sentimentos e por traduzirem meus pensamentos e me auxiliarem a compreender o diferente.

A gente se vê em 2014! E que esse ano nos traga muito mais do que a Copa do Mundo de Futebol!



Extremo oriental das Américas e eu ganho uma frase para terminar o ano



terça-feira, 10 de dezembro de 2013

2013: o ano em que eu parei!

Havia rumores de que o mundo acabaria em 2012, mas ele não acabou. E como a Terra continuou girando feito bola lá no céu, eu escrevi um texto de resoluções, sabem?

O interessante em textos e listas de resoluções é que a gente pode visitar as ideias que teve um dia, quando o hoje era ainda o futuro inesperado. E quantas surpresas os desejos revelados podem nos trazer!

Em 27 de dezembro de 2012 eu estava em clima de encerramento de ano com muita esperança pelo 2013 que já se anunciava. Muitas vontades! A maioria eu consegui realizar, vejam só que coisa boa! Outras ainda estão em processo, mas já estão seguindo o rumo certo, o caminho estreito dos sonhos que se tornam realidade! Querem ver?

No final de 2012 eu queria me REENCONTRAR! Quando escrevi isso não sabia bem o que significava. Era um desejo forte, difícil de traduzir em palavras. E em 2013 eu me reencontrei! Creio que somente o período puerperal das minhas duas gravidezes foi tão intenso no encontro comigo mesma, com minhas sombras e luzes! 2013 foi mágico, foi difícil, foi longo, foi solitário, dolorido. Foi verde, cinza e termina multicor!

Eu andei mais, consumi muito menos, mas não consegui manter minha horta no apartamento. A horta vai ficar para 2014!

Continuo ótima em bolos, mas, apesar de fazer algumas receitas de pão, apenas um pão de centeio ficou bom. Os outros ficaram passáveis...Ainda há muito que aprender! Biscoitos ficaram horríveis, devo dizer, e eu descobri que não tenho saco para moldá-los. Ano que vem comprarei forminhas, vamos ver se ajuda!

Eu deixei de consumir refrigerantes, suco de caixinha, vegetais enlatados. Aumentei o consumo de frutas e vegetais orgânicos. Ainda tenho potes de plástico na cozinha, mas eles são poucos e servem para levar o lanche frio nos passeios. Potes de vidro de geleia e molho de tomate são meu novo vício. Só para eu morder mais uma vez a minha língua! (Eu costumava reclamar que a minha mãe guardava esses potes sem nunca usá-los. A diferença é que eu os uso em casa e para presentear! A vida é um eterno retorno com melhorias.)

Aprendi a fazer geleia, requeijão, ricota. Voltei a fazer maionese caseira. Abolimos o leite de vaca de caixinha, mas consumimos iogurte, manteiga e queijo.

Orgulhosamente diminuímos a quantidade de carne consumida e a maioria dos dias da semana já são vegetarianos! Consumimos muito menos industrializados e eu virei expert em refeições completas em 30 minutos! Se cuida Jamie Oliver!

Abri mão da empregada e desisti da babá depois de algumas tentativas frustradas. Mantive o Pedro fora da escola e a Ísis em meio período. Ano que vem, a Ísis sairá da escola (eles querem alfabetizá-la com 5 anos!) e o Pedro se manterá fora dela por mais um ano.

Eu não mudei muito o blog. Descobri que gosto mais de tatuagens na pele do que de brincos na orelha. Descobri também que gosto mais de piercing no nariz do que de colar no pescoço. Preciso recolocar o meu, que caiu quando o Pedro ainda era recém nascido.

Faz 1 mês que voltei a fazer atividade física regular! E que bem ela me fez! Melhorou a dor nas costas, a disposição!

Não revi a família tanto quanto gostaria, mas reencontrei amigas queridas.

2013 foi o ao de sair da teoria e de dar o primeiro passo rumo à mudança de realidade. Foi o ano de dar valor ao menos, ao silêncio. Dar valor ao hoje. Hoje é o que eu tenho, o resto, ou é passado, ou ainda não chegou, é ilusão!

E em 2014? O que será que ele me reserva?

Eu só tenho 1 desejo para 2014: a cada dia, em cada ato, em cada palavra, fazer com que o meu tempo aqui valha à pena!

E vocês? Já pensaram qual a realidade que vocês querem para o próximo ano?




segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

1 ano e 9 meses e o ano que entra na reta final


Dezembro começou e as férias chegaram para nós! Viva! Não voltaremos à rotina antes do natal e a internet vai ficar meio de lado nesses dias, blog inclusive, mas não posso deixar de registrar pequenas gostosuras do Pedro, do alto de seus 1 ano e 9 meses!

Palavrinhas, para não esquecer de lembrar...

- cucute: cocuruto (nuca)
- papai ioiéu: papai noel
- atal: natal
- palalisso!: para com isso!
- pafalá: para de falar!
- num picisa: não precisa, que significa "não quero"
- papato: sapato
 -ivo: livro
- inhá: desenhar
- apitá: apertar
- putinha: frutinha, que é melão, uma de suas frutas preferidas
- puta: fruta
- fijão: feijão
- vavoi: por favor
- bigada: obrigada
- culate: chocolate
- dilícia: delícia
- capelo: cabelo
- siguiu: conseguiu
- cola: escola (da mana)
- tabalá: trabalhar
- audá: ajudar
- aua: água


Comportamentos diários e a rotina doce:

Querendo mamar:
Ele pede "mamá" e faz um barulhinho com a boca que lembra um beijo, mas é imitando o movimento da boca enquanto está mamando. Antes ele apontava com o dedo, agora ele aponta com a boca fazendo bico.

Querendo muito alguma coisa:
Ele estende as mãos para a frente e sacode para cima e para baixo, pedindo mesmo, e dizendo "vavoi". Se a gente não ouve, ele não hesita em gritar "vavoooooiiiiiii".

Comendo bem:
Ele bate fácil pratos maiores que o da irmã e pratos mais diversificados. Como muito bem e hoje pesa 11,4 quilos. Demorou um ano para engordar 1,4 quilos. Mesmo comendo super bem e mamando. Adora beterraba, banana, melão, feijão, ovo, biscoito de cacau e de nata, bolo caseiro da mamãe, pipoca, pão com manteiga, queijo, mamão, tomate, ervilha e milho, azeitona, castanhas em geral, macarrão alho e óleo, sopa de ervilha, risoto, chocolate, bala de canela (qualquer bala na verdade), farofa.

Não come:
Abacate, folhas cruas em geral, pizza, carnes em geral, peixe, repolho cru.

Sono:
Ele nunca dormiu uma noite inteira mas agora costuma acordar apenas uma vez na madrugada (por volta das 03:00 horas. Dorme tarde, é bem difícil dormir antes das 22:00 horas. Faz apenas uma soneca a tarde, entre 1,5 e 2 horas.

Bicota:
Faz quase uma semana que perdemos a bicota numa padaria e como ele só usava para dormir, deixamos sem. Pediu um dia e não pediu mais. Não alterou o padrão de mamadas, mas o pai sofre para acalmá-lo de madrugada, ou seja, sobrou para mim!

Atividades:
Adora desenhar sol e caracol. Fica imaginando formas na pipoca. Quando está vendo um livro de que goste quer entrar nele e fazer parte das imagens. É difícil fazê-lo entender que aquilo é só um desenho. Ele chega a fazer o movimento correto, como se de fato estivesse lá dentro. Adora brincar com carrinhos e aviões. Adora qualquer coisa que tenha rodas e brinca mais com o carrinho de bonecas da irmã do que ela própria. Adora bola e cabelo de bonecas. Gosta de pular e dançar.

Fofurices:
Adora deitar na minha cama e quando faz isso exclama "que dilícia". Quando estamos deitados ele sempre fica grudado e se estamos longe dele pede para chegarmos mais perto com um lindinho "chega mais". É beijoqueiro ao extremo! Adora receber e dar beijinhos. Adora o cabelo das pessoas e a cosquinha que ele faz!

Comunicação:
Fala pelos cotovelos, ainda que seja levemente na dele. Forma frases muito bem e sabe expressar o que quer e o que não quer. Quando contrariado, chora, se joga para atrás, se joga no chão e arremessa longe o que estiver na sua mão. E ainda diz "zogô lonze", jogou longe!

Ferinha:
Gosta de provocar a irmã e está sempre tentando chamar a sua atenção, seja chamando, beijando, alisando ou puxando o cabelo, dando tapas, beliscando. Se pedimos que não faça algo, ele faz (ou tenta fazer mesmo assim) com a cara mais malandra e safada desse mundo.





terça-feira, 26 de novembro de 2013

O meu machismo


Hoje pela manhã eu estava passando um creme hidratante no rosto (que é também anti rugas e filtro solar, porque os 35 anos estão ali virando a esquina) quando o Pedro me pediu para passar o "quême". Olhei para ele e coloquei um pouco do hidratante infantil que as crianças usam após o banho na sua mão. Ele passou no rosto, como eu, depois olhou para mim e disse "cheôso".

Ontem a Ísis estava brincando com suas presilhas de cabelo, suas piranhas e tic-tacs. O Pedro chega na sala com um tic tac na mão e pede "mamãe, qué butá titac a cabelo". No cabelo dele. Não no meu, nem do da irmã. Eu coloquei nos quatro fiapos que ele tem sobre a testa. Ele disse "olá a espêlo" e saiu em direção ao espelho que tem no nosso corredor, onde ficou alguns minutos admirando a própria imagem com o tic tac no cabelo.

Semana passada eu estava fazendo o almoço e os dois estavam num silêncio...eu estava prevendo alguma picaretagem daqueles dois, porque silêncio de criança é lambança na certa, quando eles aparecem na cozinha completamente maquiados! A Ísis já alcança nas minhas maquiagens e ela maquiou-se e ao irmão. Eu disse que estavam lindos, claro, mas pedi que ela não usasse as minhas maquiagens, que eram de adulto. Eu compraria uma de criança para eles. Para ELES, não para ela somente.

Quando eu me ouvi dizendo que compraria uma maquiagem para eles, assim, naturalmente, eu me dei conta que havia vencido uma etapa importante no meu machismo. Eu havia ultrapassado a linha imaginária que separa as brincadeiras em brincadeiras de meninos e de meninas. Eu havia vencido em mim mesma esse preconceito.

Porque a minha filha, ao ver o irmão com um tic-tac no cabelo, logo dizia que ele não poderia usar, pois não era coisa de menina. Juro que ela não ouviu isso aqui em casa, mas ela sempre diz algo assim quando o irmão quer brincar com as coisas dela. Eu sempre digo que não existe isso, de coisa de menina e de menino, que brincadeiras são para os dois, que ele está curioso e quer experimentar e tals. Que assim como ela gostava de jogar futebol e brincar com os carrinhos, ele também poderia querer brincar com as bonecas e os apetrechos de cabelo. No fundo eu me esforçava para agir assim, mas sentia uma ponta de desconforto com a cena. Eu precisava me livrar desse preconceito e amar, de fato, a liberdade que eu queria para mim e para meus filhos.

Houve um tempo em que o meu machismo exacerbado me dizia que homem não usa produtos cosméticos, não usa brinco, não se veste assim ou assado. Não usa cabelo comprido. Sério. Essa era eu, machistazinha do carai do alto dos meus vinte e poucos anos. Ainda bem que passou!

Ter um casal de filhos em casa me faz rever muitos conceitos na prática. Eu sempre tive o discurso de que a minha filha poderia fazer o que quisesse. Se ela quisesse jogar futebol, brincar de carrinho, cursar artes marciais, usar cabelo curto e se vestir como um menino, ela poderia. Sem problemas. Ela seria criada livre para poder escolher o que quisesse. Sem estereótipos.

Mas o meu discurso de liberdade logo teve que ser testado quando meu filho nasceu e alguns meses depois nos deparamos com diversas situações como as que descrevi acima. E eu resolvi deixar a hipocrisia de lado, vencer meu machismo enraizado e discursar igualmente em prol de liberdade para o meu filho: ele pode usar as presilhas da irmã, usar hidratantes, brincar de bonecas e panelinhas, usar maquiagem, fazer aulas de artesanato e balé. Sem estereótipos.

Tem sido difícil e ao mesmo tempo libertador. Tem gerado algumas discussões em casa sobre machismo, alguns ensinamentos para minha filha, que já vem trazendo o discurso "de menino", "de menina" da escola e da convivência com outras pessoas, com a família ou filhos de amigos e vizinhos.

De lá para cá eu aprendi que não posso exigir liberdade para eu ser quem eu quiser ser, usar o que eu quiser usar, ser dona do meu corpo, e ao mesmo tempo não conseguir usar esse discurso com meu filho.

Eu penso que o fato dele ter liberdade para fazer e experimentar as cores, as brincadeiras, as fantasias infantis, fará com que ele tenha mais respeito pelo universo feminino. Esse universo fará parte dele, será integrador de sua personalidade. Assim como usufruir das brincadeiras do irmão fará parte da personalidade da minha filha e ela poderá, realmente, se sentir em equidade com ele. Afinal, ambos vivenciarão brincadeiras e fantasias semelhantes.

Saber que você pode ser quem quiser sem se preocupar com o julgamento do outro é libertador. É um encontro íntimo consigo mesmo. Ao mesmo tempo, quando através das vivências, que são as brincadeiras da infância, conseguimos nos colocar no lugar do outro, experimentar, criar, isso nos fará adultos com maior empatia, maior capacidade de aceitar aquilo que difere de nós, até porque esse diferir será apenas uma questão de escolha e personalidade. Será aquilo que nos faz únicos no mundo.

Quando permitimos que as crianças vivenciem a infância sem esterótipos estamos permitindo que esse encontro consigo mesmo ocorra desde sempre, facilitando o processo de autoconhecimento, que é o grande propulsor das mudanças que queremos para nós, para eles e para o mundo.
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