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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Birra? Aqui não!

Eu não gosto muito da palavra birra, nunca gostei, mesmo antes de saber seu significado real, porque sempre me pareceu algo que a criança fazia propositalmente para nos encomodar, nos aporrinhar, nos tirar do sério, assim, sem mais nem menos. Depois de pesquisar o significado procuro usar menos ainda!

Não sou sonhadora! Eu sei que as crianças nos testam, ou melhor, elas testam os seus próprios limites e aqueles traçados pela sociedade em geral, na figura do pai e da mãe. Eu tenho um exemplar infantil desses em casa e ela me testa o tempo todo!

Sou uma pessoa bem impaciente de maneira geral, mas com a minha filha eu sou bem paciente, tolerante com seus arroubos infantis, compreensiva com suas crises. Mas eu dou limites, aqueles que eu acho que devo dar, exercendo meu livre arbítrio e minha maternidade consciente, e não aqueles limites impostos pelo conceito geral, limites esses passados de geração à geração e que culminaram na nossa. Não somos um exemplo de perfeição, portanto nossos pais e avós erraram bastante tentando nos fazer boas pessoas. Não considero a educação de antes melhor que a de hoje, mas sim considero a que eu dou para minha filha muito melhor, é claro! :)

Aqui não teve o que se costumou chamar de terrible twos - outra terminologia que eu não gosto. Teve crise sim, todo dia tem uma, mas eu não as considero terríveis, mas sim normais. Os questionamentos são mais constantes, as negativas para fazer algo no momento que nós, os pais, achamos apropriado também. Isso requer muita criatividade e paciência para fugirmos da violência doméstica.

Aliás, paciência será o nome do ano 2012. Quando assistia aos fogos no dia 31/12, ao lado do marido e com os dois filhotes, foi isso que eu disse a ele: 2012 seria o ano para exercer a paciência!

Quando passei a ficar em casa devido à licença, a rotina da Ísis mudou, claro, mas eu não comuniquei isso a ela. Isso é um erro muito comum no trato com as crianças: nós as subestimamos! O resultado foram 2 dias em que ela não quis almoçar de jeito nenhum sentada à mesa comigo e com o pai, coisa que ela faz na boa aos finais de semana.

No primeiro dia de recusa eu disse que ela ficaria sem o tetinho da tarde, caso não almoçasse. Ela nem ligou e saiu correndo. Respirei fundo. A tarde ela me pediu o leite, eu neguei e ela, esperta, me pediu suco. Como o suco não havia entrado na jogada, tive que dar, e a tarde foi tranquila.

No segundo dia, eu mais esperta agora, expliquei que estava em casa de "férias" e que agora, quando o papai chegasse em casa seria a hora de almoçar e não de brincar como antes. Quando ela não quis comer avisei que ficaria sem tetinho e sem suco, ela nem ligou. E a tarde, quando o sono e a fome bateram ela chorou uns 15 minutos grudada em mim pedindo seu tetinho. Foi horrível. Ela chorando em mim e eu nela, mas essa foi uma briga que eu quis comprar porque ela já não almoçava direito há mais de uma semana.

Outra coisa que me fez seguir com o plano inicial, mesmo sabendo sobre a troca de rotina e tals, foi que aqui em casa decidimos educá-la com base na lei de causa e consequência, ação e reação. É assim que nós entendemos que o mundo agirá com ela no futuro.

No terceiro dia, quando ela não quis almoçar eu avisei a ela o que aconteceria. Ela sentou e comeu. E a tarde me perguntou toda fofa "hoje tem um tetinho prá mim, mãe?"

De lá para cá, na maioria dos dias ela come direitinho, mas tem dias em que eu preciso relembrá-la a tarde sem tetinho. Ela sorri e come. Quando está satisfeita ela diz que está de barriga cheia, não quer mais. Eu não forço.Só posso fazer isso porque sei que minha filha come bem e eu não crio expectativas de que ela vá comer como um adulto, o que evita o erro de achar que a criança não come, quando na verdade ela passa o dia comendo.

Muitas e muitas cenas já passaram e passarão por aqui. Mas para mim não são birras. São facetas de um ser humano (inho) aprendendo a viver e conviver nos dias de hoje.


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7 comentários:

  1. Incrivel como penso muito parecido com você!

    Lembro da minha mãe me falando que eu era chorona, birrenta, mas na verdade só queria chamar a sua atenção, isso aflorou quando ela engravidou do meu irmão.

    Crianças estão aprendendo a viver nesse mundo, não fazem coisas para nos incomodar e sim pq não sabem muito bem o que querem e nem sabem se expressar direito.

    Cabe a nos pais guia-los, com muito amor e Paciência...
    Beijos

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  2. É brabo mesmo .. a Luma está começando a fazer birra quando a gente não dar ou deixa ela fazer o que quer ... nossa, é complicado né .. faço o máximo para não ceder .. quero fazer o certo pro bem dela ... bjs e boa sorte ..

    http://princesaluma.blogspot.com/

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  3. É mesmo errado quando a gente fica falando que a criança está assim, ou assado, porque, mesmo que inconsciente, é assim mesmo que ela acaba ficando!

    Sou super a favor da causa e consequência também!!! Desde quando começou a fazer isso com a Ísis??
    Falo porque eu estou começando agora. Mas ela anda reagindo muito, e eu ainda não consigo me manter completamente séria e irritada. É muito difícil eu ficar brava com ela (e não é porque sou coração mole, porque com meus irmãozinhos eu brigo seríssima).... comofas?

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  4. Concordo com você! aqui temos as nossas regras bem diferentes da minha mãe ou da mãe dele!!

    Claro que trazemos algumas coisas, e aqi temos muito birra também, mas ela ao mesmo tempo é muito boazinha e sabemos que como ela ainda não fala é um modo de se expressar e mostrar as vontades!!

    beijinhoss

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  5. Oi, e ai o Pedro já nasceu?
    Então linda, quando voltar, aparece lá no bloguinho que tem um selinho pra vc, uma bjk e boa semana.

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  6. Ooooh menina que delicia achar seu blog hoje e ler este post!!!! Amei! Tenho um principezinho de 2 anos e 7 meses e estou tambem entrando nas 40 semanas a espera de uma Princesa.... :)

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  7. Ooooh menina que delicia achar seu blog hoje e ler este post!!!! Amei! Tenho um principezinho de 2 anos e 7 meses e estou tambem entrando nas 40 semanas a espera de uma Princesa.... :)

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