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terça-feira, 31 de maio de 2011

Quando uma imagem fala por si

30/05/2011, alguns minutos depois de me esforçar para não fazer xixi fora do local indicado.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A volta da bicota, ou Bicota Survivor

Manhã de domingo. Céu azul, sol de rachar do alto dos 15 graus atingidos ao meio dia. Papai e mamãe ocupados preparando o chimarrão e você, pequena, fuçando nas gavetas do seu quarto. Chega na cozinha triunfante com um pote pequeno no formato de ursinho nas mãos. Abi!, pede, e eu abro. O que vejo lá dentro para meu horror: duas bicotas sobreviventes, cada uma com um rasgo na lateral. Tento disfarçar, mas você é esperta e pede as bicotas.

Tentei negociar. Perdi. Seu pai dá uma lavada nas duas e te entrega. No ato você sai saltitante e feliz pela casa com suas duas bicotas rasgadas: uma na mão e outra na boca, meio de lado, no melhor estilo Popeye. Ao que parece os dois rasgos não te causam estranheza, são dois velhos conhecidos, amigos da mais tenra infância.

Depois de uns chup-chup-chup eu góto bicota te chamamos para irmos passear e dizemos que a bicota não pode ir. Você me entrega as duas facilmente. Tadinha. Mal sabe que não verá mais as bicotas na volta do passeio.

Eu escondo uma sobre a estante de livros. Ao menos lá demorarão alguns anos até que você consiga achá-la novamente.

E a outra? Não sei...começo a crer que fui enganada ardilosamente por uma certa garotinha.

Não se fazem mais menininhas inocentes de 2 anos como antigamente...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O que você faria se sua filha fosse torturada até a morte?

Horror, é só o que eu posso sentir.

No blog da Juliana fiquei sabendo do caso de uma menininha linda, Joanna Marcenal, que, ao que parece, foi torturada pelo próprio pai e pela madrasta até a morte.

Há um abaixo assinado e um blog sobre o caso. O abaixo assinado pede justiça, o blog conta um pouco a história da menina e o drama vivido pela mãe. Semelhanças com o caso de Isabela Nardoni, mas que, como não causou comoção nacional, parece não estar tendo o mesmo tratamento.

Vamos ajudar?

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O palavrão, a cabana e outras histórias

Eu não sou do tipo que fala muito palavrão, no máximo um é foda, ou es fueda em versão fronteiriça; de vez em quando um que merda. Só.

Eu bem que gostaria de dizer orgulhosamente que não falo esses nomes feios na sua frente, Ísis, que sou mãe controlada, equilibrada, um anjo de candura com a boca mais inocente deste mundo, mas não posso. Quando eu me dou conta, já larguei minhas pequenas expressões condenáveis bem na sua frente.

Agora, eu posso me orgulhar de que não foi comigo que você aprendeu seu primeiro palavrão. A culpa é do seu pai que larga a torto e a direito o seu puta merda. Em jogo do Corinthians é o maior festival.

Foi assim: você estava tomando banho com uma bolinha de plástico na mão e na hora em que eu te tirei da banheira você deixou a bolinha cair soltando um sonoro PUUUTA MÉÉÉÉDA na mesma entonação de voz e mesmo prolongamento de sílabas usada pelo seu pai.

E eu? Depois do choque tive vontade de chamar seu pai e colocar os dois para lavar a boca com sabão, mas ao invés disso falei nossa senhora, caiu a bolinha Ísis e você nem tchum...ficou lá repetindo e repetindo o seu puuuta méééda caiu a bolinha.

Agora todo cuidado é pouco. O estoque de sabão em barra, daqueles amarelos e fedidos já foi providenciado. Aceito sugestões!

...

E faz tempo que uma das suas brincadeiras preferidas é brincar de cabaninha. Montamos de todo jeito e em todo lugar, colocamos almofadas, pegamos livrinhos, bonecas e isso rende bons minutos de boas brincadeiras tudo mundo zunto, ou um sossego rápido para a mamãe e o papai.

Mais uma idéia boa da V.!


Berço + manta + poltrona de amamentação + bonecos e almofadas = 15 minutos de sossego!


...

Agora você expressa suas preferências começando a frase com um eu góto de, que pode ser um eu góto de ocê mamãe, ou eu góto de bincá na caminha da mamãe ou pode ser o terrível eu NÃO góto de ocê.

Mãe sofre...

...

Um dos melhores livrinhos de todos os tempos é o seu livro de pano, presente dos tios Dedé e Cláudia! Brinquedo mais que legal! Nele você aprendeu cores, formas, noções de subir e descer, de entrar e sair, de grande e pequeno.

De quebra ainda me presenteou com palavrinhas fofas do tipo amingo (flamingo), pôco ósa (porco rosa), tês, cáto, cinco, seis boletinhas (3,4,5,6 borboletinhas), cóba gandão (cobra grande), guiguim pêto e malélo (pinguim preto e amarelo, devido ao cachecol do mesmo ser amarelo), janininha memêla igal tufa (joaninha vermelha igual a pantufa, porque ela tem uma pantufa de joaninhas).



...

Mas recentemente você começou a desenhar e criar na sua imaginação as imagens. Então um risco pode ser um sapo cururu, dois riscos podem ser você e a V. passeando, um círculo (!) pode ser um caracol  ou uma gota de chuva, ou nuvens cheias de água...é maravilhoso ouvir você contando seus desenhos!

...

Agora você avisa quando faz coco e quando eu estou na dúvida entre coco e pum você me esclarece: é pum. Desfralde à vista?

...

E essa última é apenas para te exibir! Tá ou não tá a amazoninha mais fofa?


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Escolinha X Babá: Parte II

Eu sei, havia prometido essa segunda parte do texto para o dia seguinte à publicação do primeiro, mas quando publiquei nem me dei conta de que era sexta feira. Eu tenho uma regra: não acesso blog aos finais de semana e é por isso que esse texto só está saindo hoje, segunda feira. Perdoem!

Hoje, antes de escrever essa segunda parte, reli o texto anterior e os comentários (obrigada a todas pela participação!). Achei oportuno esclarecer que a escolinha da Ísis era muito boa, de verdade, era uma das melhores da cidade, e conversando com alguma mães na época era visível que em termos de cuidados ela estava muito a frente da grande maioria.

A minha insegurança veio a partir de muito questionamento meu e do fato de eu sempre me colocar no lugar da Ísis para tentar perceber como ela se sente. Para mim não parecia certo, saudável, bom, deixá-la num ambiente escolar numa fase em que bebês precisam de cuidados, de atenção, de colo, soninho tranquilo.

Outro ponto que vale um reforço é que este texto não é uma crítica a mães que deixam seus filhos em creche/berçário/escolinha desde muito novos. Eu mesma deixei, minha irmã deixa e a grande maioria das mães que eu conheço também deixam, mesmo as que ficam em casa. Estes dois textos têm o único objetivo de relatar uma experiência, que pode ajudar outras mães que estão em dúvida a decidirem os prós e contras de cada situação e escolherem dentro de suas possibilidades. Muitas vezes sabemos que algo não é o ideal, mas a realidade da vida de cada um é que vai pesar na hora da atuação.

Outro objetivo deste texto é questionar a maneira como as creches/berçários/escolinhas estão sendo vendidos às famílias: verdadeiros instrumentos de evolução para bebês. E eu questiono isso, essa imagem de que bebê que vai para a escolinha desde cedo aprende a socializar melhor, aprende a andar/falar/largar as fraldas/comer brócolis e qualquer outra coisa antes das crianças que não vão, que aprendem a ler/escrever mais cedo/melhor, enfim...a imagem que nos é vendida é que hoje em dia é praticamente obrigatória (mesmo não sendo) a passagem do bebê por escolinhas caso essa mesma criança deseje ser alguém capacitado para o futuro.

Desde que a Ísis deixou de ir para a escola, passando a ficar em casa com a babá, eu percebo que quando digo isso para alguém a Ísis é sempre olhada como uma criança atrasada, que não brinca com outras crianças, que não aprende nada, tipo vegeta, sabe? E eu sempre ouço a famosa frase "mas por quê você não coloca a Ísis na escolinha? É tão bom, eles socializam (percebem?) com outras crianças, aprendem a se virar (?), aprendem musiquinhas, aprendem (!) inglês, engatinham/andam/correm/pulam/falam mais rápido e melhor do que crianças que não vão para a escola...

Minha maior satisfação é ver a Ísis falar super bem, cantar as mesmas musiquinhas, dizer as cores, agradecer, pedir, contar até 10, identificar letras, mesmo não indo para a escola. As pessoas ficam admiradas com isso, como se somente na escola as crianças pudessem aprender tais coisas! E por que não em casa? Por que não com os pais, com uma babá?

Neste ponto posso passar a imagem errônea de que a babá da Ísis é daquelas com ensino superior (enfermeira quase sempre), mestrado em pedagogia e doutorado em psicologia. Ledo engano! A V., babá que caiu do céu não tem segundo grau, o que quebra mais preconceito de que somente babás com ensino superior é que são boas.

Mas e como surgiu essa babá em nossas vidas?

Quando chegamos em SVP eu tinha 30 dias de férias, 30 dias de licença e uma possível babá previamente contatada para começar a trabalhar a partir do ano seguinte. O problema é que nós havíamos chegado em julho e eu deveria retornar ao trabalho em setembro. O que fazer até que a babá indicada estivesse livre para trabalhar conosco?

Cheguei a pensar em colocar a Ísis mais uma vez na escolinha, e isso começou a me fazer mal novamente, mas não estava encontrando outra solução. Em agosto fui visitar as 4 escolinhas existentes na cidade. A que a Ísis frequentava em Joinville estava milhões de anos luz das encontradas aqui. Fiquei desesperada! O que fazer?

Foi então que conhecemos a primeira vantagem de se morar em cidade pequena: as pessoas conversam! E não apenas sobre o tempo! A idéia da escolinha estava descartada e começamos a falar com as pessoas sobre encontrarmos uma babá temporária, até vir a oficial, que ainda trabalhava na casa de um casal que iria embora apenas no final do ano.

Pouco tempo depois recebemos uma indicação. Liguei para a moça e marcamos uma "entrevista". Ela chegou e cativou a Ísis em poucos minutos. Enquanto eu conversava com ela, ela ia brincando com a Ísis, em voz baixa, fazendo carinho, enfim...cativando. Eu gostei das referências dela e senti, sabe, que ela era legal. Na conversa expliquei que seria um trabalho temporário, ela aceitou. Marcamos o dia de início.

A adaptação da Ísis com a babá foi infinitamente melhor. Não houve choro, apesar de seguirmos a mesma metodologia: começamos com poucas horas, eu junto, depois passamos para transferir os cuidados (trocar fraldas, dar comida, banho) e por último passei a deixá-las vários momentos sozinhas. A Ísis sempre ficou bem, tranquila, e na volta sempre estava feliz.

Expliquei para a V. que a Ísis não ficava na frente da televisão, que ela precisava sair para brincar, que ela, como babá, deveria brincar com a Ísis, ouvir música, cantar, essas coisas. Nos momentos em que fosse para descansar, colocar um DVD.

E assim foi feito. Eu pedia, ela fazia e em poucos dias a Ísis estava apaixonada pela babá, que além de ser a companheira dos folguedos, ainda era a cuidadora, fora o fato da Ísis estar em casa, com suas coisas, seu ritmo. Isso fez toda a diferença.

De temporária, a V. virou babá oficial, a Ísis a adora e se sente segura com ela. Nunca chorou quando saí para trabalhar quando a V. estava por perto, porque sabe que quando a mamãe e o papai estão fora ela estará bem.

Outra vantagem que eu percebi foi na saúde: raramente fica doente e neste tempo todo só teve uma virose.

E o custo? Praticamente igual ao da escolinha, um pouco mais devido aos impostos, férias, décimo terceiro, mas se pensarmos em tudo que eu gastava com médicos, remédios, as faltas ao trabalho, sai até mais barato ou equivalente. Então o custo não deve ser o único fator a se pesar para se escolher entre a babá e a escolinha.

E a babá falta? Falta. Todos os meses 3 dias devido a um problema de saúde. E nesses 3 dias contamos com a ajuda de nossa empregada e com a compreensão do chefe que nos libera mais cedo, nos permite chegar mais tarde, bem parecido com quando a Ísis ficava o dia todo na escolinha.

Primordial nesse processo de escolher a babá foram as referências: todas muito boas, sendo que as antigas mães ainda ligam para a V., se importam com ela e sua saúde, ficaram amigas. Nunca ouvi um porém a seu respeito. E ainda mais que as referências foi perceber como a Ísis reagia à presença da V.

Não é nada fácil decidirmos com quem ficará nosso filho na nossa ausência, seja por motivo de trabalho, seja por qualquer outro e é muito importante listarmos os prós e contras e cada situação antes de decidirmos.

Um conselho meu é não descartar a possibilidade da babá antes de experimentar, se essa for uma opção viável. Outro conselho é observar bem as reações dos filhos, fazer a adaptção de maneira bem gradual e dar umas "incertas" em casa até estar segura. Eu fiz muito isso: chegar fora de hora e ficar escutando...aliás ainda faço, assim como fazia na escolinha.

E valorizar o trabalho da babá sempre, porque ela é responsável pelo nosso bem mais precioso quando estamos ausentes. Eu sempre elogio, sempre agradeço, nunca a trato como subalterna, como empregada, mas sim como parceira, porque na verdade é nisso em que eu acredito, somos uma boa parceria, ambas temos algo que a outra precisa, então não se cogita hierarquia, mas sim uma relação de ajuda mútua, de carinho e de confiança.

Outro ponto importante é que babás são babás: o trabalho delas e cuidar das crianças, brincar com elas, levar para passear. Não é limpar a casa, fazer comida, lavar a roupa. Se a babá tiver que fazer essas coisas, não tardará muito e seu filho ficará prostrado em frente à TV, ou pior, estará mais sujeito a acidentes domésticos.

Pense: quando você deixa seu filho numa creche nenhuma das cuidadoras limpa a sua casa, faz a sua comida, não é? Então por que a babá deveria fazer? Não se trata de luxo, como muitos podem pensar e como muitos já me disseram também. Eu considero especialização do trabalho. Para cuidar da minha casa posso elaborar um outro esquema, seja fazer quando chega em casa, seja contratar diarista, seja ter empregada.

E vocês? O que pensam sobre isso?



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