O texto anterior foi para descontrair... O assunto é sério para mim e eu percebo que ele - a adaptação do irmão mais velho às mudanças causadas pela chegada do irmão mais novo não é visto com muita seriedade. Normalmente se ri das "cenas de ciúme" ou das tentativas de "chamar a atenção" que acontecem nesse período. Não se trata o sofrimento da criança com o espeito necessário, porque sim, há sofrimento em toda alteração de rotina, ainda mais de uma rotina que era boa e passa a ser não tão boa assim.
Esse assunto me toca profundamente, talvez porque eu seja a irmã mais velha. Eu não me lembro como foi minha adaptação à chegada da minha irmã, mas deve ter sido emocionalmente difícil até chegarmos naquele nivel de envolvimento entre irmãos onde já existe carinho, amizade e todos estão adaptados.
Eu achava que estava preparada para essa fase inicial. Eu tinha noção de que seria difícil conciliar os dois filhos no início, eu sabia que haveria mudança de comportamento da minha primogênita (a famosa regressão), mas eu pensava tudo isso numa escala muito menor do que realmente foi.
Hoje eu sinto que estamos saindo do olho do furacão, temos muito mais dias bons que ruins, construímos uma rotina nova e eu parei de chorar a cada momento ruim para me resignar e recitar o mantra da maternidade "vai passar".
Mas não foi fácil, porque eu estava preparada para peraltices mil, teimosia em excesso, regressão de comportamento, até uns safanões carinhosos da mais velha no mais novo - e tudo isso aconteceu -, mas eu não estava preparada para a tristeza da Ísis. Ver que ela estava profundamente mexida com a chegada do irmão, perceber que o sorriso dela, antes tão fácil, passou a ser raro me deixou profundamente triste também, morrendo de saudades de estar com a Ísis, da nossa rotininha tão gostosamente construída nesses quase 3 anos de vida dela.
E se para mim estava sendo difícil essa adaptação, se eu, que era a mãe, a adulta, que havia desejado a vinda do Pedro, estava preparada para ela, estava sofrendo de saudades da minha filhotinha, triste por não poder mais dispensar a mesma atenção, estar presente nas brincadeiras, na hora do sono, da comida, dar banho, fazer massagem...imaginem como deve ter sido - e estar sendo - difícil para a minha pequena.
Teve noites em que depois de dar de mamar ao Pedro eu me deitava ao lado da Ísis na caminha dela, só para apaziguar minhas saudades, sentir o cheirinho dela e dizer do quanto a amava. Teve dias em que dei de mamar com o Pedro num dos braços e a Ísis no outro.
Mas o pior dia de todos foi numa tarde em que ela estava estremamente sensível, a babá já havia ido embora, o pai ainda não havia chegado e ela queria ficar no meu colo, sem o Pedro. Ele estava mamando, não dava, expliquei e ela chorou sentidamente, um choro que nunca havia visto, um choro de perda, de consciência de que realmente as coisas seriam diferentes e que eu não poderia fazer tudo o que fazia antes. Eu, totalmente sem saber o que fazer, chorei também e ela se agarrou ao meu braço livre. Assim abraçadas choramos um bom tempo - e o Pedro mamando, minha gente, que esse não perde tempo! - para em seguida, quando tudo se calmou, termos uma conversa quase adulta, onde eu expliquei o que estava acontecendo, falei do quanto a amava e do quanto sentia falta dela também. E eu finalizei dizendo que sempre que ela estivesse triste eu estaria também, e que sempre que ela estivesse feliz, assim eu me sentiria. E eu queria ficar feliz! E então ela me disse que ela também queria ficar feliz. E assim fizemos. Sorrimos, um sorriso raso, ainda com resquícios da tristeza anterior, mas sorrimos. Depois disso ela nunca mais chorou daquela maneira dolorida, que me fez desejar tê-la nos braços, novamente pequetita, aconchegada, segura, longe desses sentimentos tão adultos!
E o que eu fiz? Eu me desdobrei como nunca antes pensei conseguir. Eu me desdobro ainda, sacrifico qualquer 15 minutos de descanso para estar com ela. Eu prefiro assim. Prefiro o cansaço ao descanso culpado.
Tivemos regressões? Sim...ela passou a não se alimentar direito, passou a não comer coisas que antes ela adorava e isso ainda é um problema. Ela só quer mamadeira e suco, comer com prazer como antes é raro.
Tivemos cenas...ela chora como o irmão quando quer atenção, ela grita muito quando contrariada e ela ficou agressiva comigo, coisa antes inimaginável!
E tivemos a perda do soninho da tarde... ela deixou de dormir a tarde desde que o Pedro nasceu. Por vezes capota de exaustão, mas não dorme um sono tranquilo de 2 horas como antes. E por vezes chora a noite e me chama dormindo. Para melhorar isso adotamos a cama compartilhada, e desde então ela está mais calma, não chora a noite.
Mas tivemos conquistas! O desfralde segue de vento em popa! Hoje ela já passa o dia todo sem fraldas e faz xixi e coco no penico. Temos escapadelas de xixi, claro, mas o saldo é positivo para o penico!
E nos momentos em que ela brinca com o Pedro, "cuida" dele, conversa explicando isso ou aquilo e contando do que vai ensiná-lo a fazer quando ele crescer, ou quando ela o beija espontaneamente e pede para que ele fique do seu ladinho, meu coração se derrete, pois não há felicidade maior para mim do que vê-los juntos!
Esse assunto me toca profundamente, talvez porque eu seja a irmã mais velha. Eu não me lembro como foi minha adaptação à chegada da minha irmã, mas deve ter sido emocionalmente difícil até chegarmos naquele nivel de envolvimento entre irmãos onde já existe carinho, amizade e todos estão adaptados.
Eu achava que estava preparada para essa fase inicial. Eu tinha noção de que seria difícil conciliar os dois filhos no início, eu sabia que haveria mudança de comportamento da minha primogênita (a famosa regressão), mas eu pensava tudo isso numa escala muito menor do que realmente foi.
Hoje eu sinto que estamos saindo do olho do furacão, temos muito mais dias bons que ruins, construímos uma rotina nova e eu parei de chorar a cada momento ruim para me resignar e recitar o mantra da maternidade "vai passar".
Mas não foi fácil, porque eu estava preparada para peraltices mil, teimosia em excesso, regressão de comportamento, até uns safanões carinhosos da mais velha no mais novo - e tudo isso aconteceu -, mas eu não estava preparada para a tristeza da Ísis. Ver que ela estava profundamente mexida com a chegada do irmão, perceber que o sorriso dela, antes tão fácil, passou a ser raro me deixou profundamente triste também, morrendo de saudades de estar com a Ísis, da nossa rotininha tão gostosamente construída nesses quase 3 anos de vida dela.
E se para mim estava sendo difícil essa adaptação, se eu, que era a mãe, a adulta, que havia desejado a vinda do Pedro, estava preparada para ela, estava sofrendo de saudades da minha filhotinha, triste por não poder mais dispensar a mesma atenção, estar presente nas brincadeiras, na hora do sono, da comida, dar banho, fazer massagem...imaginem como deve ter sido - e estar sendo - difícil para a minha pequena.
Teve noites em que depois de dar de mamar ao Pedro eu me deitava ao lado da Ísis na caminha dela, só para apaziguar minhas saudades, sentir o cheirinho dela e dizer do quanto a amava. Teve dias em que dei de mamar com o Pedro num dos braços e a Ísis no outro.
Mas o pior dia de todos foi numa tarde em que ela estava estremamente sensível, a babá já havia ido embora, o pai ainda não havia chegado e ela queria ficar no meu colo, sem o Pedro. Ele estava mamando, não dava, expliquei e ela chorou sentidamente, um choro que nunca havia visto, um choro de perda, de consciência de que realmente as coisas seriam diferentes e que eu não poderia fazer tudo o que fazia antes. Eu, totalmente sem saber o que fazer, chorei também e ela se agarrou ao meu braço livre. Assim abraçadas choramos um bom tempo - e o Pedro mamando, minha gente, que esse não perde tempo! - para em seguida, quando tudo se calmou, termos uma conversa quase adulta, onde eu expliquei o que estava acontecendo, falei do quanto a amava e do quanto sentia falta dela também. E eu finalizei dizendo que sempre que ela estivesse triste eu estaria também, e que sempre que ela estivesse feliz, assim eu me sentiria. E eu queria ficar feliz! E então ela me disse que ela também queria ficar feliz. E assim fizemos. Sorrimos, um sorriso raso, ainda com resquícios da tristeza anterior, mas sorrimos. Depois disso ela nunca mais chorou daquela maneira dolorida, que me fez desejar tê-la nos braços, novamente pequetita, aconchegada, segura, longe desses sentimentos tão adultos!
E o que eu fiz? Eu me desdobrei como nunca antes pensei conseguir. Eu me desdobro ainda, sacrifico qualquer 15 minutos de descanso para estar com ela. Eu prefiro assim. Prefiro o cansaço ao descanso culpado.
Tivemos regressões? Sim...ela passou a não se alimentar direito, passou a não comer coisas que antes ela adorava e isso ainda é um problema. Ela só quer mamadeira e suco, comer com prazer como antes é raro.
Tivemos cenas...ela chora como o irmão quando quer atenção, ela grita muito quando contrariada e ela ficou agressiva comigo, coisa antes inimaginável!
E tivemos a perda do soninho da tarde... ela deixou de dormir a tarde desde que o Pedro nasceu. Por vezes capota de exaustão, mas não dorme um sono tranquilo de 2 horas como antes. E por vezes chora a noite e me chama dormindo. Para melhorar isso adotamos a cama compartilhada, e desde então ela está mais calma, não chora a noite.
Mas tivemos conquistas! O desfralde segue de vento em popa! Hoje ela já passa o dia todo sem fraldas e faz xixi e coco no penico. Temos escapadelas de xixi, claro, mas o saldo é positivo para o penico!
E nos momentos em que ela brinca com o Pedro, "cuida" dele, conversa explicando isso ou aquilo e contando do que vai ensiná-lo a fazer quando ele crescer, ou quando ela o beija espontaneamente e pede para que ele fique do seu ladinho, meu coração se derrete, pois não há felicidade maior para mim do que vê-los juntos!