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quarta-feira, 28 de abril de 2010

28 de abril de 2009: o dia em que você nasceu! (atualizado)



Oi, minha querida! Nós tivemos que adiantar a comemoração pelo seu primeiro aninho porque o seu pai vai se ausentar por 40 dias para realizar um treinamento. Então a sua festinha foi no dia 17/04, 11 dias antes do seu aniversário de verdade.

Vieram os seus avós, tios, primo Vini e amigos da mamãe e do papai, que justamente por serem nossos amigos, se tornaram seus amigos também! E os filhotes desses amigos, que se divertiram muito na festinha!

Você se comportou muito bem durante todo o tempo e apesar da festa ter terminado tarde, não dormiu. Queria curtir todos os momentos junto com as pessoas que te amam!

Os melhores momentos foram você comendo o bolinho de chocolate logo depois dos "parabéns"! Comeu tudo e em várias fotos saiu com a boquinha cheia de chocolate!

Você também amou um cachorrinho de pelúcia! Deu até um gritinho de felicidade quando a mamãe tirou da caixa!

Ah! E o primo Vini, como primo mais velho, desses que querem mostrar o caminho, já sabem como resolver as coisas, pois chegaram antes, ajudou você a abrir os presentes ficando tão ou mais feliz que você pelos presentes ganhos! Seu primo te ama, filha!

Mas a mamãe desconfia que ele gostou mesmo foi do bolinho de chocolate! Volta e meia "roubava" com o dedinho indicador a cobertura do bolo! E saía serelepe, com a boca suja de chocolate...peralta esse primo!

Quando a maioria dos convidados já tinham ido embora nós começamos a tirar os balões das paredes para brincar, e acho que aí foi que a festa, de fato, começou para você! Ficou toda animada com os balões coloridos!


E depois que chegamos em casa, fomos tomar banho e você, de tão cansada, dormiu no meu colo, ainda dentro do chuveiro. Pena que a sua memória não vai se lembrar desse dia, filha, mas o seu coração vai!

No dia do seu aniversário (28/04) nós já estávamos sozinhas, seu pai já estava em Brasília. Ele ligou para casa e a mamãe colocou o telefone no seu ouvido para que vocês pudessem "conversar" um pouquinho. Nós duas dormimos juntinhas, brincamos na cama pela manhã e a mamãe te levou mais tarde para a escola; depois que a mamãe saiu do trabalho você fez a sua fisioterapia em casa, jantamos, brincamos mais um pouquinho e a mamãe te fez dormir no colinho e ficou com você bem agarradinha mais um bom tempo antes de te colocar na cama!



É como um filme rápido: os melhores momentos passam diante dos olhos. Em segundos em revivo cada passo dado até chegar ao dia do seu nascimento. Cada escolha. Cada não-escolha. Tudo me levou a você, no dia 28 de abril de 2009, às 20:16h.

Pela manhã fui a uma consulta de rotina com a obstetra. Tudo normal: 4 cm de dilatação. Sem dor. Falei do receio de não conseguir o parto normal. Ela me tranquilizou. Tudo estava bem e eu estava caminhando para um parto normal. Não havia nada para se preocupar. "Acho que nos vemos antes do final de semana", ela disse.

Depois do almoço, durante uma cochilada, a bolsa de águas estourou e nós - eu e seu pai - fomos para o hospital. Ligamos para suas avós, que se colocaram a caminho.

Eu tive um pouco de medo. Afinal, não havia passado por aquilo, ainda. Mas tinha lido muito, me informado e, principalmente, desejado aquele momento. Minha vida nunca mais seria a mesma! Eu estava preparada para o que viesse e disposta a fazer tudo o que eu acreditava ser melhor para você.

Eram 15:30h quando nós chegamos no hospital. Alguns procedimentos burocráticos. Elevador. Uma senhora me diz: "Tadinha, tá com dor, né? É ruim mesmo." Não, eu respondo, não é ruim não. Cada contração traz minha filha para mim. É uma dor boa! (Hoje eu me pergunto como foi que eu disse isso! Acho que a senhora não entendeu nada! Mas eu já estava naquele mundo paralelo das mães que entram em trabalho de parto conscientes, fortes e desejosas de conhecer o filho logo.)

Eu olhei o relógio: eram 19:15h. Eu estava acocorada na mesa de parto, apoiada por uma escada, fazendo força durante as contrações. A obstetra havia chegado a pouco. A auxiliar de enfermagem estava fazendo alguns preparativos. Seu pai estava ali do meu lado, conversando sobre coisas de que eu nem me lembro - e muito provavelmente nem ele. Eu só pensava em você. Logo você estaria ali, nos meus braços! E como você seria?

Eu havia imaginado aquele momento várias vezes! O seu nascimento! Eu me via fazendo força, sempre, então o parto vaginal foi uma escolha natural, e eu via você saindo do seu aconchego na minha barriga, para vir diretamente para os meus braços! Eu sempre chorava ao pensar nisso...mas quando você nasceu e eu te vi, só conseguia sorrir!

A última vez que me lembro de olhar o relógio antes de você nascer eram 19:55h. Eu fazia muita força para você nascer. Minha mente começou a vagar em algum lugar paralelo, distante e eu fiquei concentrada no que precisava fazer para que você logo estivesse ali fora. Eu não via ninguém, filha! Eu não ouvia nada! Eu só pedia por você, para que você viesse logo para os meus braços! O seu pai estava ali, ao meu lado, dando o apoio necessário nessa hora tão mágica!

Eu creio que pensei em todos os medos que tive da hora do parto, esse medo que é passado de geração para geração, porque só se fala da dor, da dificuldade de trazer um filho ao mundo. Mas eu não vou falar disso aqui filha. Porque de tudo o que a mamãe viveu e se lembra daqueles momentos que antecederam ao seu nascimento, a dor e os desconfortos causados por procedimentos de rotina no hospital foram insignificantes diante da magia que é trazer mais um filho ao mundo! Abençoadas sejam todas as mulheres!

Eu fiz uma força um pouco mais longa e de repente ouvi uns "vivas", ou algo assim, lembro do seu pai dizendo "nasceu!" e na mesma hora tive consciência de que você havia nascido; e a sensação física deste momento está gravada na minha memória para sempre, filha! Há poucos - ou nenhum - momentos na vida tão maravilhosos, tão grandiosos, tão prazerosos quanto o nascimento de um filho.

E logo você estava em meus braços, aninhada em meu seio, com os olhinhos puxados mais arregalados que já tinha visto! Dali em diante nós não nos separamos mais! Temos um outro cordão que nos une aqui, do lado de fora, que não pode ser cortado, nem descartado: temos amor!

Fecho os olhos mais um pouco: eu me sinto realizada! Eu me sinto amada! Completa! Forte! Sou mãe. Sou sua mãe, Ísis. Sou sua, para sempre!

Feliz aniversário, meu amor! Todos os meus pensamentos são seus, nesse dia tão especial para você. Eu te parabenizo pela coragem de vir ao mundo e te digo que eu sempre estarei com você e que tentarei ser o seu exemplo, ser o seu porto seguro dos primeiros anos de vida. Obrigada por escolher a mim e ao seu pai e por confiar que nós dois seríamos os pais que você precisa para ajudar esse mundo a ser um pouco melhor. Vamos trilhar juntas a nossa jornada!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

PLP 518/2009 "Ficha Limpa"


Filha! A mamãe quer um mundo melhor para você! Por isso assinou essa petição para que o Projeto de Lei 518/2009 seja aprovado.

Esse Projeto de Lei trata da inegibilidade de pessoas que foram condenadas por crimes de desvio de verba pública, corrupção, assassinato e tráfico de drogas. O que é o mínimo, né?

Só para você um dia entender essa coisa toda: a mamãe quando prestou concurso público, além de ter de cumprir com exigências de escolaridade, fazer uma prova de seleção super difícil e concorrida, fazer um curso de formação exaustivo; teve de passar por uma sindicância de vida pregressa, onde teve de comprovar que não respondia (não era nem ter sido condenada, bastava estar respondendo que já teria que se explicar e talvez perder a vaga) a nenhum crime nas Justiças Federal, Estadual e Eleitoral e caso a mamãe fosse funcionária pública, ainda deveria provar que não havia respondido a nenhum processo disciplinar.

Agora, para um cidadão ser candidado e poder ser eleito pela população, além de poder ser analfabeto funcional (um dia a mamãe te explica o que isso quer dizer!), ainda pode estar respondendo e ter sido condenado por vários crimes!

A mamãe espera que assim como é exigido do servidor público (e de funcionários da iniciativa privada também) ficha limpa, que também seja exigido dos cidadãos que pretendem representar a população essa limpeza toda!

Daqui alguns anos, a mamãe espera que essa mensagem tenha apenas um valor histórico e que tenha sido aprovada essa Lei.

Essa campanha começou com a Roberta, do Piscar de Olhos, passou pelo Pequeno Guia, da Mari, e até em Barcelona foi parar!

A mamãe assinou aqui e foi o número 1.897.142!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Dilemas


Filha, nós estamos passando - ainda - uma fase de adaptação. Uma fase - ainda - de descobertas. E quanto mais eu penso nisso, mais e mais eu me convenço de que essas fase de adaptação perdurará. E a cada dúvida que surge sobre como agir com você eu volto a ficar na insegurança dos primeiros dias, com um medo enorme de errar, mas com uma vontade maior ainda de acertar. Mas a verdade é que a gente vai errando mais. E esses erros formam a base para os acertos futuros; e ainda que a gente não possa voltar atrás e refazer o caminho sem a presença desses erros, nos sentimos mais acalentados por pensar que, ao menos este aí, já é passado.

Antes de engravidar, das poucas vezes em que pensei sobre como seria quando eu tivesse filhos, não tinha dúvidas sobre o fato de que colocar você numa escolinha/creche/berçário seria a melhor opção. Depois que engravidei essa opinião se solidificou ainda mais e até bem pouco tempo atrás eu tinha certeza de que esse era o caminho certo.

Numa creche/escolinha/berçário você não estaria nas mãos de uma babá sem conhecimentos, que além de poder te fazer algum mal, sem que você conseguisse me comunicar isso, ainda poderia prejudicar o seu desenvolvimento. Então eu acreditava que numa escolinha/creche/berçário você seria mais bem tratada, porque haveria pessoas qualificadas ali para atendê-la e que haveria outras mães, outros pais que me ajudariam a olhar a maneira como você e as outras crianças eram tratadas. Então essa me pareceu a melhor escolha.

Mas acontece que o tempo - sempre ele - passa e com ele vem a experiência, essa amiga que não pode ser dada, ofertada, explicada, desejada, mas apenas vivida e aí que eu já não acho mais que o berçário é o melhor para um bebê de 6 meses (que era a idade que você tinha quando entrou).

No quesito cuidado coletivo eu me enganei profundamente. Porque a realidade é que cada pai que chega na porta ou que observa no vidro olha com devoção e cuidado apenas uma criança: o próprio filho. Eu também faço isso. Quando eu chego na sua escola e a porta do berçário está aberta, meus olhos vão em busca da sua figurinha ali sentada, brincando. Eu nunca reparo nas outras. Eu só vejo você. Mesmo quando eu fico olhando pelo vidro, meus olhos vão em busca da sua figurinha.

Uma vez eu achei que uma das professoras estava falando com demasiada grosseria com uma menininha. Não queria que ela falasse assim com você, mas a verdade é que com certeza ela fala assim com você também. Lá na nossa casa ninguém grita. Eu não quero que você aprenda a expressar suas opiniões e necessidades com gritos. Não precisa.

Na sexta feira fui te buscar e você estava com três chucas: uma no topo da cabeça e uma em cada lateral. Achei bonitinho quando vi de longe, apesar de nunca prender o seu cabelo por achar que ele é fininho demais; e também porque não há necessidade quando o tempo está ameno e você não fica com calor por causa de alguns fios...Enfim, quando cheguei mais perto percebi que você estava com o couro cabeludo todo vermelho e que as chucas estavam apertadas demais na sua cabeça. Assim que te peguei no colo tentei tirar as chucas, mas não consegui de tão apertadas que elas estavam! E a sua professora ainda me disse na porta que você não tinha dormido a tarde toda, que estava chorosa... Ela também não conseguiria dormir com o cabelo preso daquele jeito! E com certeza você estava chorosa porque estava com dor de cabeça! Cheguei a brigar com a moça, tão nervosa fiquei! A partir de agora as professoras estão proibidas de prender o seu cabelo!

Isso sem falar das vezes em que a mamãe vai te trocar e você demonstra estar incomodada com a limpeza, como se estivesse esperando por algo ruim! Isso me faz pensar sobre como essa troca vem sendo feita. Eu questionei a escola, eles afirmaram que a equipe é muito bem qualificada, etc. Mas eu não acreditei, ainda mais depois que eu li no blog Mãe de Primeira, da Paloma, que coisas assim podem ser sinal de que algo não vai bem.

Dia desses você estava me beliscando e eu disse "não Ísis, não belisca a mamãe, faz dodói", com a voz firme, mas sem grito ou gesto brusco. E você chorou e chorou muito! Um choro sentido! Morri de dó! Na hora eu já penso se pode ser algo que você tenha passado na escola, porque é certo que lá você recebe muitos nãos quando faz das suas traquinagens (como morder os amiguinhos, beliscar, puxar cabelos), mas existem maneiras e maneiras de dizer não...O que me tranquiliza é que você já ensaiou um chorinho certa vez, então tento relaxar e pensar que isso pode ser normal, sua reação e pronto. Mas que fica a pulga, fica...

Tem os dias em que você não está a fim de estar em contato com outras 15 crianças e mais 5 professoras em cada turno! Isso me estressa só de pensar!

E ainda tem o problema das doenças que você pega. Toda semana é uma novidade. É um agente novo a te incomodar e a me deixar preocupada. Você ainda é pequena, filha. Suas defesas ainda não estão boas para já estar em contato com tanta adversidade.

Nós estamos passando por um momento de mudança. E eu quero aproveitar esse momento para iniciarmos uma mudança: deixar você mais tempo em casa. Com alguém de confiança - que peço todos os dias para que apareça nas nossas vidas - para que você possa ter momentos mais tranquilos em casa e ir para a escola apenas como um complemento do seu dia e não como uma obrigação.

Será mais uma tentativa, filha! Mais uma das tantas que eu ainda terei de fazer para que você fique bem!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Enjoadinha da mami!

POEMA ENJOADINHO
Vinícius de Morais

Filhos...Filhos?
Melhor não tê-los!
 - Era assim eu eu pensava lá nos idos dos meus 15/16 anos... então filha, pode ser que você também pense assim por um tempo. Mas a verdade é que a maternidade faz parte das mulheres e hora mais cedo, hora mais tarde, a vontade de ter filhos surge (pelo menos para a maioria). Eu me lembro que preferia não ter filhos e usava aquelas frases cheias de efeito que só os adolescentes (e infelizmente alguns adultos!) conseguem dizer como se fossem verdades indiscutíveis: filhos? com esse mundo violento como está? e o custo de vida então? crianças berrando no meu ouvido, nem pensar! birra, eca! trocar fraldas? argh! amamentar??? horror!!! parto normal?????? Deus me livre!!!!

Mas se não os temos
Como sabê-lo?
- Ah...aí que a mamãe bateu na casa dos 29/30 anos e os pensamentos começaram a mudar...ou não, porque a verdade é que eu sempre pensei em engravidar aos 29/30 anos, quando me parecia ser uma idade nem tão para lá nem tão para cá... Os bebês me chamavam a atenção na rua, na internet e eu me pegava pensando que seria legal ter um bebezinho. Parei de tomar o anticoncepcional 2 anos antes de engravidar de você, pois tinha medo que quando quisesse mesmo engravidar demorasse muito...e a sua mãe, filha, é uma pessoa ansiosa!

Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como o queremos!
- Uma coisa que me marcou muito foi o fato de uma amiga minha ter tentado engravidar antes eu ter engravidado de você, sem conseguir. Aquilo foi muito ruim para ela e eu ficava na maior ansiedade, pensando: "será que isso vai acontecer comigo também?". Mas a verdade foi que você veio assim, de mansinho, sem a mamãe e o papai planejarem nada, da maneira que eu sempre quis que acontecesse: uma bela surpresa! Uma notícia feliz recebida por esses dias foi saber que essa minha amiga, que havia perdido seu bebê bem na época em que a mamãe havia engravidado de você, finalmente está com seu filhinho nos braços!

Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
- Você tomou seu primeiro banho de mar comigo, seu pai, seus tios Ari e Cláudio e o priminho Vini. Foi na praia do Miguel, perto de Florianópolis, em fevereiro, no carnaval. Adorou a água! Quando a mamãe ainda estava grávida uma das coisas que eu e o seu pai sempre pedíamos era que você gostasse de mar, de praia, de areia...porque eu e o seu pai amamos a praia! Não tem dia mais feliz que um dia bonito de praia! Mas não é sobre isso que fala o verso...é do amor filha, entre mim e seu pai. E esse nosso amor lindo deu origem a você!

E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
- Ó céus! Por que os filhos não vem com manual? O começo, os primeiros dias, as nossas descobertas...tudo novo, tudo difícil para ambos os lados! Mas acho que estamos seguindo o nosso caminho sem maiores atropelos, filha!

Filho? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
- É filha, a mamãe é uma pessoa sem paciência e que adora ficar à toa, lendo, vendo filme, dormindo. E eu tinha muito medo de ter filhos e não aguentar o tranco, de descontar em você o meu cansaço, a minha vontade de não fazer nada. Porque a mamãe é a irmã mais velha, sabe? E a irmã mais velha de uma mãe separada que trabalhava fora em uma cidade em que ela não podia contar com ninguém. Então eu tinha muitas responsabilidades e por muitas vezes me sentia sobrecarregada. Você também será "a irmã mais velha" um dia...mas eu espero nunca precisar colocar sobre você responsabilidades que são minhas. E a verdade é que apesar de todo o cansaço que a maternidade pode trazer e da falta que a mamãe sente, às vezes, de ser apenas a "Janine" ao invés da "mãe da Ísis", ser a sua mãe é a atividade que a mamãe faz com o maior prazer e é aquela que me traz a maior satisfação também...junto com as olheiras e os cabelos brancos...claro...

Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
- Ah...a mamãe ainda lembra daqueles dias, três semanas depois de você ter nascido, quando você começou a chorar inconsolavelmente em diversos momentos, mas principalmente quando a noite começava. Várias tentativas de explicar o que você estava sentindo: cólicas (acho que você teve alguns dias ruins, mas nem todos os dias você chorava com cólica), fralda cheia (teve só uma noite que você acordou de madrugada e depois de mamar não dormia de jeito nenhum e depois de muito bater a cabeça a sua tia Ari perguntou: "vocês já olharam as fraldas?" depois da troca, você dormiu feito anjinho), frio, fome, sede (todas devidamente checadas e descartadas). Então a mamãe e o papai enrolavam você bem apertadinho na sua mantinha e ficavam com você no colo, cantando, balançando, até você pegar no sono. mas até que você parasse de chorar batia um tremendo desespero, filha! Às vezes a mamãe chorava junto com você, que era a única coisa que eu podia fazer diante da impossibilidade de fazer você parar de chorar. Mas depois dos três meses as coisas foram serenando, serenando e hoje você já não chora mais daquele jeito desesperador dos primeiros meses. Ainda bem!

Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
- A mamãe e o papai adoram o seu cheirinho! Desde que você nasceu já veio com um cheirinho, assim, familiar, parece. A mamãe acha que é cheirinho de travesseiro, daquele bem gostoso de afundar o nariz e ficar cheirando. Cheirinho de pele limpinha quando acorda. Uma delícia! E sempre que a mamãe sentir um cheirinho de sabão de coco com essência de camomila vai lembrar de quando você era um bebezico, toda embrulhadinha nas suas mantinhas de algodão. E a pele! Não tem pele mais macia que a dos bebês! Quando você passa sua mãozinha na pele da mamãe é uma delícia! Adoro cafungar as bochechas, beijar a barrigontinha e os pezinhos! E amo os beijos babados que você dá! Daqueles assim, com a boca bem aberta e a língua para fora! Delícia!


Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
- As traquinagens são ótimas! Cada dia você aparece com uma novidade! Ultimamente, na hora do banho, você é que quer ficar segurando o chuveirinho! Ai de mim ou do seu pai se tentamos tira-lo da sua mão! Você fica enchendo o baldinho de água, ou então molhando os pezinhos (e fica assim, sentada na bacia, com os pezinhos para cima para molhá-los, uma figura). E agora você descobriu o prazer de ter uma plateia para admirar suas traquinagens! Faz indiozinho com as mãos, depois passa para o bilu teteia, para em seguida engatar as palminhas! Uma artista! De traquinagens mais graves apenas o fato de não podermos deixar papel perto de você, que você adora comer! E migalhas de qualquer coisa você também tasca! Dessas que sobram pelo chão depois do café da manhã...é uma engatinhada e um farelinho... 

Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
- Nada Ísis, se compara a felicidade de ter você por perto! Só quem tem filhos, os ama e respeita pode entender isso.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Li e lembrei de você


Bicota

Líria Porto

Menininha clara dos olhos de conta
Que rola com a bola que pula com a mola
Que parece um anjo nem parece nenêm
O teu jeito levado teu olhar decidido
A dizer-nos a todos que és madeira de lei
Tens nos gestos o doce o sabor da cereja
E embora não vejas tornas-me feliz...


Menininha clara que te trago no peito
O teu riso o teu jeito não me esqueço de nada
Se um dia puderes joga-me outro beijo
Que eu derretida levando-te em meus braços
Vou dizendo ao mundo que tu és perfeita...

Linda! Mamãe te ama!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

As mais novas peripécias

Filha, a idéia deste blog era que eu pudesse escrever sempre as novidades sobre você, sobre nós, sobre as descobertas maravilhosas, cansativas, engraçadas e deliciosas da maternidade, mas você vai saber um dia que nem sempre conseguimos realizar a contento tudo aquilo que projetamos. Pelo menos não com a mesma frequência desejada.



Você já descobriu tantas outras maneiras de conviver, de reagir! A mamãe está super atrasada nos relatos.

Desde a brincadeira da água na colher você já desenvolveu algumas outras!

Agora você faz bilú-bilú-tetéia com o dedinho indicador puxando o beicinho! Uma fofura! E não é só em você, mas na mamãe também! E acho que você gosta mais de fazer o bilú-tetéia na mamãe, porque quando é comigo cai na gargalhada!

Outra novidade sobre a sua beberagem de água: agora é no conta-gotas! Teve um dia que você precisou tomar um remédio para bronquiolite que era no conta-gotas. Depois do remédio eu enchia o conta-gotas de água para você tomar e tirar aquele gosto de remédio da boca. E a partir de então você adora tomar água assim! E quando já está de barriga cheia, enche a boca de água e cospe tudo! Fazendo bolhinhas e tudo! Eu e o seu pai ficamos num misto entre indignados com a espotchatchera (homenagem ao lado "Carlos" da família) e divertidos com a brincadeira...

Você anda engatinhando como uma lebre! Rápida quando se trata de alcançar o banheiro, ou o lixo, ou qualquer outra coisa não permitida! A engatinhada vem sempre acompanhada de gritinhos eufóricos e ofegantes e as pernas querem andar mais rápido que o restante do corpo, de maneira que de vez em quando acontecem algumas quedas...mas nada muito grave!

Por falar em gritinhos, nossa brincadeira favorita tem sido jogar bola! Eu jogo para você e digo "bo-la" e você me devolve com as duas mãozinhas dizendo "bó" ou "bao" ou "bá" na mesma entonação do meu "bo-la". Lindo de se ver e ouvir!

Na sexta-feira estava te dando a janta, e já faz alguns meses que eu deixo uma colher na sua mão (e essa você ficava batendo no prato, na cadeira, trocando a toda hora de posição, de mão) e de repente você coloca a colher ali dentro do prato, pega a comida e leva à boca graciosamente! Linda!!!! Claro que ainda rola umas colheradas caídas no chão, comida no cabelo (para desespero do seu pai!) e mão no prato quando você cansa de se concentrar para pegar a comida com a colher...mas você está aprendendo! Estou orgulhosa!

E você continua batendo palminhas a toda hora, continua dançando quando ouve alguma música e ri, ri, ri muito!

No carinho, você ainda não é versada. Você bem que tenta, mas é uma bambam ainda! Na tentativa de fazer um carinho apaixonado no seu pai, sempre rola um óculos torto, um tabefe no nariz, uma puxada de cabelo. Na mamãe também! Inclusive você adora pegar no piercing da mamãe! Acho que assim como os brincos, o piercing vai ter que sair de cena antes que eu fique com um rasgo no lugar de um buraquinho no nariz!

E você finalmente aprendeu a brincar "corretamente" com o brinquedo que você ganhou no natal. Digo corretamente, porque você, esperta que só, tirava as bolinhas de dentro do aparelho jogando o tal no chão, de maneira que você conseguisse pegar e recolocar as bolinhas lá dentro com a mão e não apertando a manivela e ouvindo aquela musiquinha irritante do brinquedo. Claro que você ainda brinca da maneira antiga, quando se irrita com tanto procedimento para pegar umas bolinhas coloridas. E paciência não é o seu forte! À quem será que você puxou, em? Quando você vai apertar a manivela aperta logo umas dez vezes seguidas para caírem todas as bolas de uma vez! E quando vai recolocar as bolinhas faz o gesto com uma delicadeza...e uma carinha de enfado que acho uma graça!

No mais filha, você está para completar um aninho aqui do lado de cá da barriga! E nós vamos comemorar muito, ao contrário do que eu falava que faria antes de ser mãe! (festa de um ano para quê? a criança nem vai se lembrar...) Ainda bem que a mamãe sempre pode mudar de idéia né?
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