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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Eu adoro...

... quando você acorda pela manhã e com aquela vozinha sonolenta chama por mim: a maaa-mãe!
... ver você tomando seu leite com uma mão, enquanto com a outra você mexe na mantinha.
... quando depois de tomar todo o seu téti de iaiate você me chama, mostra a mamadeira vazia e diz, como eu: hum, tomou tudo! Depois arruma os cabelos, pega a mantinha e diz: vamos tomar um cafezinho?
... quando você me chama para sentar ao seu lado durante as refeições, no canto alemão, dizendo: tem um cantinho prá mamãe!
... quando você me convida para tomar um capuccino e ao receber a sua porção na xícara faz questão de tomar com uma mão só, me imitando em todos o gestos!
... quando você tira os tênis, as meias e me dá os pezinhos de chulé, perguntando: qué cherá o pé?
... quando você me convida para brincar conjunto e ao pegarmos os brinquedos você me diz: vamos cunveiçá?
... quando você canta! E amo ainda mais quando você inventa suas próprias musiquinhas. Eu lembro de mim, quando você nasceu...uma cantante enlouquecida pela casa!
... quando você é o meu bebê velho! Na pracinha, orienta as crianças (mesmo as mais velhas) usando as nossas advertências! E por vezes fica ranzinza, reclamona e olhando para tudo com um ar de enfado! Adoro!
... quando você quer fazer tudo sozinha! Amo essa sua independência e essa sua vontade de se superar, que vem desde os primeiros dias de vida. Ouvir você exclamando eu conseguiu! quando finalmente consegue fazer algo difícil, ou eu consegue, consegue sim, durante o processo, me deixa orgulhosa!
... quando você percebe que precisará de ajuda e cede, me chamando: me ajude, mamãe, me ajude!
... quando estou saindo e você diz: não mamãe, não vai, a Ísis quer cuidar da mamãe! Dá uma vontade de ficar ali, filha, e ser deliciosamente cuidada por você!
... quando você me esmaga, me afofa, me beija, me abraça!
... quando você me mostra o seu bumbum e pergunta: qué mordê o bumbum? E sai com ele balançando pela casa entre gargalhadas!
... quando saio do banho e você me pergunta: cê tá cheirosa?
... quando você me vê de cabelo molhado e fala: cê tá de cabelos molhados? E nós sempre cantamos a música do Nego Blue!
... quando chove e você canta comigo: chove chuva, chove sem parar!
... quando você me pede para fazer uma estrela de mantinha e quando eu termino você a pega como se fosse o bebezinho mais delicado e diz: ai, que bonitinha, tão pixixinha!
... quando você pega os bebês e bonecas no colo e as coloca no peito para mamar, porque elas estão com fome, e fica embalando e dando tapinhas, uma fofura!
... quando tomamos banho juntas e você lava meus cabelos e minha barrigonta!
... quando você sossega uns cinco minutos depois do banho para eu poder fazer uma massagem bem gostosa! Mas também amo quando você não se aguenta ali deitada e já levanta para pular na minha cama entre gargalhadas e gritinhos de eu tô pulando pilada! Shantala calmante não acontece aqui em casa...
... quando você me dá beijinho de esquimó e beijinho de borboletinha (boletinha).
... quando você faz biquinho e me pede para fazer boca de peixinho conjunto com você.
... quando você me dá comida na boca e diz: cê gostou do papazinho, mamãe? Cê comeu bem?
... quando você segura as minhas bochechas entre as suas mãozinhas gorduchas e diz que vai cuidar de mim!
... quando nos segundos que antecedem o sono, enquanto estamos deitadas juntinhas, você faz carinho no meu rosto e adormece assim.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

As novas novidades


Você é meu carrapatinho, mas também adora sua liberdade!

Estava pesquisando os textos anteriores e descrobri que faz mais de um mês que não falo nada especificamente para você, filhota. Perdoa a mamãe! Não é que não estejam acontecendo mil coisas na nossa vidinha que mereçam relato: todas merecem! Você está cada vez mais fofa, mas falante, mais cheia de gracinhas e artimanhas que me derretem, me encantam, me apaixonam.

E também não é que a nossa vida seja um comercial de margarina: longe disso. Acontecem os probleminhas, os cansaços, os choros, as noites mal dormidas. Mas isso...ah, isso prefiro deixar meio de lado, sabe? Porque nós temos uma tendência a super valorizar um momento ruim, e eu não fujo disso, enquanto que momentos felizes acontecem todo o tempo e acabam esquecidos diante da primeira adversidade.

Os últimos textos você vai demorar para compreender, mas eles vão ficar guardados, porque todos esses pensamentos, toda essa troca de ideias que você vai poder ler nos comentários, também fazem parte da sua vida. Na verdade, eles apenas existem por causa de você, a mola propulsora da minha maternidade.

...

Das palavrinhas mais amadas!

- cucurar: procurar
- conjunto: fazer alguma coisa junto. Amo essa! Nem te corrijo, até porque faz todo sentido, quando você diz: quero passear conjunto com a mamãe, ou vamos bincar conjunto?
- cutador: computador, que pode ser o cutador da Ísis (DVD player) ou o cutador do papai (note book).
- cunveiçá: conversar, que é sua brincadeira preferida! E tudo conversa! De galhos secos de árvores, passando pelos tradicionais bonecos, dedinhos, até as pás da batedeira! E agora você contextualiza: mamãe, papai e neném, ou os amigos/as amigas, ou os irmãozinhos.
- diculpa: desculpa, que você usa tanto no conceito correto, quanto faz algo que não devia, como no equivocado, quando você está pulando, correndo, encostando em algo gelado, mexendo com água...fruto das nossas advertências a você.

Você fala muito bem os plurais das palavras e eu babo mesmo quando você usa todos os esses! E as conjugações verbais, apesar de equivocadas, são um charme do seu palavreado!

...

Do irmãozinho:

Nós percebemos que você tem muita noção agora de que o irmãozinho, que você já chama de Pledo, ou Pedlo, é um bebezinho, que vai nascer da barriga da mamãe quando estiver maior. E já notamos que você sabe que a dinâmica vai mudar: já te alertei que os bebês choram muito, que precisam de muito colinho e que mamam bastante no peito da mamãe, até aprenderem a comer o papá.

Noite dessas, durante a massagem que eu estava fazendo em você, você coloca os pés da minha barriga e diz que o irmãozinho da Ísis está na barriga da mamãe. Eu aproveito sua espontaneidade e reforço o discurso sobre o nascimento, o choro, o colo as mamadas e sempre dizendo que você também fez tudo isso quando era um bebê bem pixixinho. Quando eu termino você se levanta encosta a boca no meu peito e diz que quer mamar. Eu deixo e você fica uns bons minutos ali, quietinha no meu colo, com o rosto sobre o meu peito...tão bom se pudéssemos voltar no tempo às vezes, né filha? Depois você se levanta e diz que a Ísis é um bebezinho e quer colinho da mamãe. Eu dou, claro, compreendendo a mensagem que você quer me passar.

Nunca ressaltamos que você é grande e o Pedro bebê, então entendo que essas atitudes suas são uma maneira de reforçar que você também é o bebê da mamãe e quer colinho, cuidados e afago, como o irmãozinho. E terás, filha querida, sempre que possível.

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Carrapatinho da mamãe:

Faz algum tempo você ficou ainda mais grudada comigo: tudo é a mamãe, salvo se eu não estiver disponível. E também sempre ganho os lugares do seu lado: você me dá um cantinho na mesa, no sofá, na cama para que eu fique bem juntinho de você. Quando você acorda, me chama; e quando vai dormir e é a vez do seu pai te colocar na cama, briga com ele porque quer que seja eu. Pobre papai!

Confesso que nesses momentos fico numa mistura entre felicidade e medo do que virá...

...

Bicho querido!

Já te contei que te chamamos de bicho desde que você era recém nascida, né? Fica magoada não, meu bicho, é uma maneira super carinhosa de te chamar que eu e o seu pai temos.

Mais fofo ainda é quando você se refere a você mesma como bicho! Tenho vontade de esmagar até não poder mais!

Esta noite você me chamou de madrugada e como estou lenta para levantar da cama gritei lá do quarto que já estava indo. Como demorei para aparecer você me avisou: tô aqui na caminha do bicho! Não tem mal humor que resista a tanta gostosisse!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Maternidade e carreira: a angústia das escolhas e suas consequências

Voltei, ou melhor, voltamos. Gostaria de agradecer imensamente todos os comentários carinhosos! Muito legal voltar e receber esse carinho! Aos poucos vou colocando minhas visitas em dia!

Depois de 5 dias envolvida com Oficinas sobre Planejamento, Orçamento e Gestão na Administração Pública, somados a mais dois dias na capital para consulta com meu obstetra, cá estou eu novamente na minha rotininha.

Uma semana antes da viagem colegas me ligaram para saber se eu gostaria de dividir o quarto da pousada em Bento Gonçalves para que nossos custos com estadia fossem menores (já que a diária recebida mal paga a hospedagem, afe!), mas eu recusei a oferta avisando que estaria num quarto com meu marido e minha filha, eles iriam junto comigo. Diante das perguntas eu usei de toda artimanha de mulher grávida justificando que, bem, não seria bom passar tantos dias tão longe e sozinha, que eu estava muito sensível, que se acontecesse alguma coisa eu estaria numa cidade estranha, blábláblá. Todos concordaram prontamente.

Mas e se eu tivesse dito a verdade (como de fato disse para uma colega de curso): eu não aguento todos esses dias longe do marido e da filha de 2 anos? Não, eu não gosto de ficar longe deles, me dói, eu me sinto incompleta, eu morro de saudades, eu me sinto perdendo parte importante da minha própria vida. Creio que boa parte das pessoas diriam que eu preciso de um psicólogo, para me ajudar a "desapegar".

Tá, não é que eu não aguento, eu aguento sim, já fiquei em dois momentos longe deles e foi nesses dois momentos que percebi que não quero isso e evitarei o máximo possível. Do marido até aguento (fica chateado não, tá? Te amo!), mas da filha, não dá.

Durante o curso encontrei uma colega do mesmo órgão que havia deixado o bebê dela de 1 ano com o marido e a babá em casa, na boa, sem grandes problemas, apesar da saudade. Já eu confidenciei que só fiz os cursos porque marido e filha estavam lá comigo. Ela riu.

Quando voltei esta semana soube que minha colega de sessão teve que ir a um treinamento específio sobre sua área de trabalho às pressas, deixando o marido e os dois filhos pequenos aqui, 500km de distância. Senti um aperto no coração por ela, porque apesar de não termos as mesmas opiniões sobre vários assuntos, compartilhamos dessa não-vontade de nos afastar dos filhos por tanto tempo.

Imagino que boa parte das pessoas não considera isso saudável e posso sentir todos os pseudo psicólogos já formulando teorias e mais teorias sobre isso, sobre as causas e futuras consequências desastrosas para o bem estar emocional dos meus filhos (há, agora falo no plural, te mete!). Quiçá da minha própria.

Já pensei muito nisso da primeira vez que fiquei sem marido e filha por uma semana em casa. Eu achei que ia adorar ter uma folga, um tempo só para mim (que eu estava precisando), mas quando eles se foram, meus dias ficaram cinzas, nada do que eu havia planejado fazer me agradava e eu me afundei em panelas de brigadeiro e filmes na TV. Quando os vi no aeroporto chorei copiosamente de tanta saudade e conversei sobre esse meu sentimento com meu marido naquela época: por vezes eu desejava tanto ter um tempo só para mim, e esse desejo por vezes tomava proporções absurdas, me fazendo ficar até mal humorada; porém naquela semana eu pude perceber o que realmente importa na minha vida, e todo o resto, apesar de ser imensamente bom, não é o que me faz feliz. Filosofei que por vezes perdemos um tempo precioso em busca de felicidades que, de fato, não existem, e nos esquecemos de olhar a nossa volta com cuidado, para percebermos que a nossa felicidade está bem ali, no meu caso, minha felicidade está na minha família.

Depois dessa primeira separação precisei fazer um curso de 2 dias em Porto Alegre. Deixei marido e filha, babá e empregada em casa e saí no último ônibus, passei a noite viajando, dormi uma noite fora de casa e retornei na noite seguinte. Foi tranquilo dessa vez, apesar de morrer de saudades.

Concluí que períodos longos são críticos, não só para mim, mas principalmente para minha filha, que sente a minha falta e não entende muito bem minha ausência prolongada, e decidi não me afastar por longos períodos (acima de 1 noite fora de casa) até que ela cresça mais e passe a compreender mais esses acontecimentos.

Isso significa que minha carreira está de molho, continuo trabalhando todos os dias, mas não me especializo como gostaria, não atuo tão produtivamente quando meu chefe gostaria, não estou tão disponível como todos esperam. Já recusei cursos, treinamentos, experiências de trabalho que seriam super interesssantes. Não vislumbro qualquer alteração nos próximos anos. E estou bem, estou tranquila.

Contribui para essa minha tranquilidade o fato de ser servidora pública estável, estatus alcançado após ser aprovada em um concurso público e passar pelo estágio probatório.

Nesse meu arranjo atual só viajo por longos períodos se o marido for comigo e ficar com a pequena. No caso em questão, ele pegou 5 dias de férias porque sabia que eu precisava fazer os cursos, mas não conseguiria ir sem a Ísis e que ela não ficaria bem tanto tempo longe de mim. Nessa parte vai ter gente pensando, nossa, que pai legal, né? O máximo! Aham, concordo, porque ele é meu marido, mas não porque ele tirou férias para me acompanhar, afinal, somos os dois responsáveis pelo bem estar da nossa filha, ambos temos que fazer concessões para que nossa parceria dê certo.

Eu acredito que quando um filho nasce, existe uma espécie de cordão umbilical imaginário muito forte nos ligando a ele. Essa ligação faz com que não sintamos vontade alguma de nos separar de nossos filhos, nos sentindo mal mesmo se isso acontece. Com o passar do tempo e o crescimento deles, esse cordão vai afinando, sem nunca deixar de existir, porém vai ficando mais delgado, menos perceptível, apesar de sempre presente.

Esse adelgamento da ligação é o que nos faz aceitar bem o filho sair de casa para estudar, trabalhar, casar, enfim, passar longos períodos longe da gente.

Mas o meu cordão ainda é tenro...

 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Obrigada! Beijos e até a volta!

Muito obrigada pelo carinho! Recebi muitas e muitas palavras de incentivo de mamães de meninos e tão logo a notícia se espalhou já me vieram muitas e muitas coisas para escrever e sobre as quais filosofar. Mas isso tudo vai ter que ficar para daqui alguns dias, pois estarei fora na próxima semana realizando um curso na minha área de trabalho.

Pedro (agora é oficial, hoho) vai comigo, Ísis também, porque se um filho vai o outro também vai, e porque não aguento uma semana inteira longe da minha pequena peralta, sendo que papai dos dois tirou férias para que eu pudesse fazer esse curso sem grandes traumas de minha parte, hehe. Eles dois curtem a cidade, eu e Pedro (tadinho) faremos cursos de orçamento e finanças públicas, ó que legal!

Aliás sobre isso também tenho muitas e muitas coisas pululando na minha mente, mas que terão que ficar para depois, se eu ainda estiver na fase alucinada da escrita na volta da viagem. Um pouco da minha visão sobre maternidade x carreira + o assunto da moda, "terceirização dos filhos", já deixei registrado em comentários nos blogs que sigo, mas tem muita coisa que fica aqui martelando...acho que preciso digerir melhor e trocar muitas idéias com vocês!

Beijos e até a volta!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

E o BB que me habita é...

... um menino! Já nominado por mim, porém sem o aval 100% do pai, então não posso divulgar que o nome será Pedro.

Mais um desafio dessa minha maternidade, eu, que venho de um mundo hiper feminino, tive uma menina, então me senti em casa, agora terei de lidar com todo esse universo paralelo e ao mesmo tempo ver cair sobre a minha testa vários outros cuspes de teorias de gênero pré concebidas...me aguardem!
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